Uma coisa que não é comum de observarmos no meio cristão são judeus professando a fé em Jesus Cristo como único e suficiente Salvador. Até mesmo para nós, cristãos, a simples menção ao judaísmo dificulta a compreensão de que existem, sim, os chamados judeus messiânicos, não apenas em vários países como também em Israel.
Os judeus messiânicos existem desde o tempo dos discípulos de Jesus. Isto é, já no início do cristianismo. Podemos citar como exemplo o próprio Apóstolo Paulo, um judeu educado pelo rabino Gamaliel, neto de Hilel, dois líderes de grande importância para o judaísmo no primeiro século da era cristã.
Paulo era considerado um judeu ortodoxo, zeloso quanto aos preceitos do judaísmo. No entanto, ele reconheceu Jesus Cristo como o Messias, sendo um dos precursores do judaísmo messiânico, que durante vários séculos não ganhou corpo ou notoriedade na história. Diná, uma colombiana voluntária em um kibutz de judeus messiânicos em Israel, explicou como o judaísmo messiânico ganhou força a partir de 1948, com a recriação do Estado de Israel:
“Somente depois que o Estado de Israel foi criado, alguns poucos judeus, de alguma maneira, tiveram acesso ao Novo Testamento e viram que Jesus era judeu e Messias. Isso aconteceu somente com a revelação do Espírito Santo. Ninguém os evangelizou”, disse ela em uma entrevista para o portal Guia-me.
Diná, que vive em uma comunidade nas montanhas da Judeia, falou um pouco dos costumes dos judeus messiânicos, explicando que apesar de serem cristãos, eles mantém algumas tradições de caráter social, típicas do judaísmo. Na prática, esses costumes não contradizem a fé cristã, sendo apenas uma forma de manter viva algumas práticas da cultura judaica:
“Eles são muito similares a nós, cristãos, em seu dia a dia, em sua fé e em sua teologia. Mas eles procuram guardar as festividades da Torá, como o Shabat (dia do descanso). Entre eles também há diferentes correntes e interpretações, mas basicamente muito similares aos cristãos”, disse ela.
Atualmente, estima-se que existem cerca de 350 mil judeus messiânicos no mundo, sendo uma máxima de 20 mil desses apenas em Israel. Apesar de o cristianismo ser considerado uma religião “estranha” na Terra Santa, os judeus messiânicos testemunham com suas vidas a revelação de Deus através de Jesus Cristo, cuja proposta de salvação mediante a graça imerecida do Senhor se estende para todos.