Durante centenas de gerações, o local conhecido como Monte do Templo, onde Abraão ofereceu seu filho Isaque em sacrifício para Deus, em Israel, foi o palco de inúmeras batalhas entre judeus e muçulmanos pelo controle do espaço, mas um novo cenário vem se desenhando nos últimos anos, o que está favorecendo não apenas os judeus, como também os cristãos.
Desde a Guerra dos Seis Dias em 1967, quando os israelenses conseguiram unificar Jerusalém, retomando a porção Oriental das mãos da Jordânia, o local ficou sob o controle do Waqf, autoridade islâmica ligada ao rei da Jordânia. Essa decisão foi fruto de um acordo de paz proposto pelo então Ministro da Defesa de Israel, Moshe Dayan.
Ele achou melhor deixar a região, chamada pelos muçulmanos de Haram al-Sharif, nas mãos do Waqf, como forma de amenizar o conflito com os palestinos. Isso porque o Monte do Templo também é sagrado para os islâmicos, sendo considerado o terceiro mais importante, após Meca e Medina, na Arábia Saudita.
No acordo ficou estabelecido que os judeus teriam acesso livre ao Monte do Templo, assim como os cristãos, mas sem poder fazer qualquer tipo de atividade religiosa. Ou seja, eles não poderiam orar ou recitar versículos da Torá, nem realizar qualquer outro ritual.
“Antes, o Waqf jordaniano era muito rigoroso. Eles seguiam cada visitante e vigiavam seus lábios para garantir que não estavam orando”, disse o rabino Yehuda Glick ao Breaking Israel News, explicando que apesar da proibição, atualmente a situação está bem melhor, pois os judeus possuem mais liberdade.
Uma nova política
Yera’eh, uma organização que incentiva a presença dos judeus no Monte do Templo, disse que em 2017, 25.628 deles subiram ao local, um aumento de 60% em relação ao ano de 2016, e grande parte dessa mudança é devido ao apoio do Presidente Donald Trump, que tem modificado a política dos Estados Unidos em relação ao conflito entre judeus e palestinos, favorecendo Israel.
“Atualmente, a nação está expressando sua conexão com nosso local mais sagrado e podemos dizer com toda sinceridade: ‘O Monte do Templo está em nossas mãos’”, disse Elisha Sanderman, do Yera’eh.
No início desse ano, Yaakov Hayman, do Movimento Unidos pelo Templo, destacou a diferença de postura do Governo americano atual em comparação com o anterior. “O presidente Obama apoiava a resolução do Conselho de Segurança da ONU condenando a presença israelense em Jerusalém”, disse ele.
“Agora, a questão política é totalmente diferente. O presidente Trump acaba de declarar que Jerusalém é a capital de Israel. Isso tem uma enorme influência sobre o que acontecerá no Monte do Templo. O palco está sendo totalmente definido para as coisas que estão por vir”, completa.
A expectativa dos judeus é que em breve possam não apenas retomar suas orações no Monte do Templo, como reconstruir o Templo de Salomão, o Terceiro Templo. “Estamos vivendo milagres com as profecias se desdobrando diante de nossos olhos. Não vai demorar muito mais até atingirmos nossos objetivos”, conclui o pesquisador Joshua Wander. Com informações do Guiame.