A ordem do presidente Joe Biden de debandada das forças militares dos Estados Unidos do Afeganistão instaurou o caos no país asiático e vem motivando adversários do mandatário a sugerirem sua renúncia, o que levaria a vice Kamala Harris ao Salão Oval da Casa Branca.
A ex-embaixadora dos EUA na Organização das Nações Unidas (ONU), Nikki Haley, usou as redes sociais para dizer que as ações de Biden são suficientemente graves para que ele renuncie ao mandato, ou seja alvo de um processo de impeachment.
Evangélica, Nikki Haley é ex-governadora da Carolina do Sul e foi responsável por mudar a postura dos EUA na ONU, defendendo Israel da perseguição política na entidade durante o mandato do ex-presidente Donald Trump.
Kamala é pior
“Biden deve renunciar ou ser removido pela forma como lidou com o Afeganistão? Sim. Mas isso nos deixaria com Kamala Harris, o que seria dez vezes pior. Deus nos ajude”, escreveu a ex-embaixadora Nikki Haley em sua conta no Twitter.
O próprio ex-presidente Trump comentou o cenário sugerindo que seu adversário renunciasse ao cargo, diante da completa desorganização que resultou na retomada do poder pelo Talibã no Afeganistão.
“É hora do desacreditado Joe Biden renunciar por permitir o que aconteceu no Afeganistão, mas também pelo aumento vertiginoso da covid, o desastre na fronteira, a supressão de nossa independência energética e a paralisia de nossa economia”, escreveu o ex-presidente republicano em comunicado.
“Deve ser fácil, já que ele não foi eleito legitimamente”, alfinetou Trump, que segue convicto de que houve fraude na apuração das eleições presidenciais do ano passado.
Debandada
As críticas à debandada dos EUA no Afeganistão se dá pela completa falta de planejamento. Os militares, com a ordem de voltarem para seu país, precisaram deixar equipamentos, armamentos, aeronaves e veículos para trás.
Apenas no aeroporto de Cabul, que foi dominado pelo Talibã nesta terça-feira, 31 de agosto, os militares norte-americanos deixaram para trás aviões de caça que foram destruídos para não serem usados pelos extremistas muçulmanos.
De acordo com a Agence France Presse (AFP), os soldados inutilizaram 73 aeronaves no local antes do último grupo de soldados deixar o local. Também foram abandonados 70 veículos blindados e resistentes a minas terrestres, que valem cerca de U$ 1 milhão, cerca de R$ 5,17 milhões, cada.
Segundo informações do portal R7, os militares norte-americanos também abandonaram o sistema de defesa antimísseis que era usado no aeroporto. Ontem, 30 de agosto, esse equipamento foi o responsável por deter cinco foguetes disparados pelo grupo Estado Islâmico contra o local.
Além dos equipamentos abandonados no aeroporto, o total do arsenal dos EUA que caiu nas mãos do Talibã soma US$ 85 bilhões, e inclui até aviões de caça Super Tucano, fabricados pela Embraer.
“Não há qualquer plano por parte desta administração para recuperar essas armas e este equipamento, e, se alguma destas armas for usada para fazer mal, ferir ou matar um americano, agora ou no futuro, então é sangue que cai nas mãos de Joe Biden”, criticou Jim Banks, deputado do Partido Republicano pelo estado de Indiana.
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