Um debate entre duas lideranças muçulmanas na Austrália teve um desfecho inesperado, com um deles afirmando que as escrituras sagradas do islamismo incentivam a prática da violência contra os que não seguem a religião.
O ponto de partida do debate foi o atentado terrorista ocorrido em Manchester, quando um jovem extremista muçulmano explodiu uma bomba no final do show da cantora pop Ariana Grande, matando 22 pessoas e ferindo dezenas.
O imã Mohammad Tawhidi e o acadêmico Dr. Jamal Rifi, ambos muçulmanos, eram convidados de uma emissora de TV australiana, falando sobre a radicalização dos seguidores de Maomé nascidos no Ocidente. A Austrália tem registrado casos de extremismo muçulmano nos últimos meses, após a chegada de imigrantes árabes e africanos.
Ambos condenaram o terrorismo, mas Jamal Rifi adotou a postura “politicamente correta” já conhecida, afirmando que os casos de extremismo são isolados e não refletem o ensino da religião, e sim, uma visão deturpada do corão.
Surpreendentemente, o imã Tawhidi seguiu um caminho inédito, ao admitir que os princípios do islamismo são baseados no extremismo: “Há um grande número de jovens que estão se radicalizando. Isso acontece por causa dos livros e das Escrituras Islâmicas que nós temos. Eles incentivam a juventude muçulmana a sair matando infiéis por aí a fim de ganhar o paraíso”, afirmou.
A tradução da conversa no programa foi feita pela página Tradutores da Liberdade, e tem repercutido de maneira forte no Facebook e demais redes sociais.
A contundência das afirmações do líder religioso muçulmano foi além, ao dizer que o extremismo é tão aberto que existem lojas na internet e também na cidade de Melbourne (Austrália) comercializando adesivos com a bandeira da organização terrorista Al-Qaeda, responsável, dentre outros, pelo ataque às Torres Gêmeas em 11 de setembro de 2001.
“Essas coisas podem ser compradas em qualquer lugar, até mesmo pela internet. Mas o problema é que se tem lojas vendendo esses itens abertamente, na maior cara de pau, criando essa atmosfera de jihad para jovens”, alertou.
O jornalista mediador chamou atenção para o comprometimento da comunidade islâmica com um bom relacionamento com as autoridades, mas o imã interrompeu lembrando que isso não tem sido suficiente para interromper a prática violenta. “Eu acho que as autoridades entenderam mal a situação. Essa relação não significa há controle sobre eles e que se pode prevenir um ataque”, contextualizou.
Tradição violenta
O líder religioso muçulmano ressaltou que sua visão se baseia no contexto atual e histórico: “Temos uma situação onde não se passa um mês sem que aconteça um ataque terrorista em algum lugar do mundo. Pelos 1.400 anos que se passaram [desde a fundação do islamismo], tivemos uma religião de guerra. São fatos”, frisou.
Na conclusão de seu raciocínio, explicou: “Como o Islã se espalhou da Arábia Saudita para a Indonésia e Bósnia? Foi tudo pela guerra. As Escrituras Islâmicas incentivam as pessoas a decapitarem os infiéis. Aquele que matou jovens em Manchester fez aquilo acreditando que iria jantar com o profeta Maomé naquela mesma noite”, garantiu.
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