O Ramadã é um mês de rituais severos para os muçulmanos, incluindo jejuns durante o dia e a intensificação de preces, mas marca também a intensificação da pregação extremista por grupos como o Estado Islâmico, que acaba de usar o período como incentivo para convocar uma “guerra total” contra os infiéis.
O conceito desses grupos extremistas é simples: converta-se ao islamismo, ou morra. E os infiéis são todos aqueles que estão fora da religião muçulmana: cristãos, judeus, ateus, hindus e até mesmo seguidores de Alá que não compartilham de suas interpretações do corão.
De acordo com informações do jornal The Independent, o Estado Islâmico reiterou aos muçulmanos de todo o mundo sua convocação à “guerra total” em um comunicado que pede um “ritual sangrento” contra os “infiéis”.
“Irmãos muçulmanos na Europa que não podem alcançar as terras do Estado islâmico, ataquem [os infiéis] em suas casas, mercados, estradas e fóruns… Façam isso e então alcançarão uma grande recompensa até mesmo pelo martírio no Ramadã”, afirmou um porta-voz do Estado Islâmico através de um comunicado.
Recentemente, o Estado Islâmico tem se mantido ativo com atentados terroristas de maior e menor repercussão, seja na Europa ou em países do Oriente Médio. O mais chamativo aconteceu em Manchester, no último dia 23 de maio, resultando na morte de 22 pessoas, incluindo crianças, adolescentes e jovens.
“Não desprezem sua missão [terrorismo]”, salientou o Estado Islâmico, ordenando os muçulmanos a aderirem ao extremismo.
Ramadã e a ‘guerra total’
A Missão Portas Abertas, entidade cristã que atua no mundo todo, incluindo países de maioria muçulmana, tem experiência sobre o que é o Ramadã, o chamado “mês sagrado” do islamismo, que impõe 30 dias de “jejum e reflexão” e vem ficando marcado como um período de aumento da radicalização.
“O jejum do Ramadã é um dos cinco pilares da fé islâmica e é obrigatório para todos os seus seguidores. Trata-se de um tempo especial em que os muçulmanos se reúnem em oração e é considerado uma oportunidade especial para reviver, renovar e revigorar sua prática de fé. A palavra Ramadã tem origem na palavra árabe ‘ramida‘ que significa ‘ser ardente'”, explica a Portas Abertas.