Enquanto no Brasil se discute se há ameaças à liberdade de expressão, crença e culto, cristãos “secretos” na Coreia do Norte vivem dias de tensão por conta da possibilidade de guerra entre o país e a Coreia do Sul.
Na Coreia do Norte é proibido qualquer prática religiosa, e a Missão Portas Abertas publicou um relato de cristãos que vivem no país sob disfarce, para não terem sua segurança comprometida.
Segundo a Portas Abertas, existem entre 200 e 400 mil cristãos “secretos” no país, e entre 60 e 80 mil vivem em condições de extrema pobreza no campo. O relato foi contrabandeado para que os demais cristãos do mundo soubessem como a igreja norte-coreana está enfrentando a ameaça de guerra.
No relato, os fiéis reproduzem a mensagem do governo transmitida ao povo diariamente: “Estamos nos preparando para a batalha decisiva com uma arma na mão e um martelo na outra. O exército militar, a marinha, a força aérea, as tropas estratégicas de foguetes, os guardas vermelhos e os jovens soldados já estão em posição de combate. Reuniões urgentes estão sendo realizadas por todos os lugares, independentemente se é dia ou noite. Nesses encontros, os funcionários decidem sobre o que deve acontecer no caso de guerra, incluindo o papel das mulheres, que precisam estar prontas para entrar em combate”, resume um dos líderes cristãos que assinam a carta.
O ditador norte-coreano Kim Jong-Un, comunicou ao povo que “se a guerra explodir por conta das ações dos Estados Unidos e o comportamento imperdoável da Coreia do Sul, eles acabarão sofrendo uma queda vergonhosa e a Coreia da Norte viverá o nascer de um novo dia de reunificação”, e completou afirmando que “chegou o momento de mostrar o poder do ‘Primeiro Exército’ e a grande nação norte-coreana para o mundo inteiro”.
Perante ao clima de incertezas, muitas pessoas tem estocado mantimentos de primeira necessidade e com a corrida aos mercados, a inflação no país tem subido muito.
Os cristãos “secretos” da Coreia do Norte dizem ainda que sabem da dificuldade de seguir a Cristo num país onde todas as religiões são proibidas, e pedem orações: “Eu gostaria de agradecer a esses irmãos e irmãs que, mesmo estando longe, nos apoiam através do seu amor, suas orações e doações. Sabemos que a nossa caminhada até o céu não será fácil, mas temos a certeza de que a nossa fé e esperança, um dia, darão muitos frutos. Não importa o quão difícil é a vida para nós, nunca devemos culpar ou reclamar por causa das circunstâncias que enfrentamos. Deus nos prometeu na Bíblia que, se buscarmos o Seu Reino em primeiro lugar, todas as outras coisas também nos serão dadas. Por favor, ore por nós!”, encerra o documento.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+