Os eclipses lunares, descritos como Lua de Sangue, são sempre eventos que atraem a atenção pela beleza do fenômeno, e também pelas linhas interpretativas teológicas que o associam a profecias. Na próxima sexta-feira, 27 de julho, uma nova Lua de Sangue surgirá nos céus.
Esse será o mais longo eclipse lunar do século, e ocorrerá a partir das 16h30 do horário de Brasília. A essa altura, a lua não terá despontado nos céus das cidades brasileiras, e só a partir de 17h15, começando pelo Recife (PE), será possível acompanhar o fenômeno.
A explicação científica para a vermelhidão sobre a superfície da Lua envolve o alinhamento da Terra com o Sol, com o planeta bloqueando a luz da estrela sobre o satélite. Como a atmosfera terrestre influencia na forma como a luz solar chega até nós, com o bloqueio da Terra sobre a Lua, somente os tons de vermelho refletem, gerando o fenômeno conhecido como Lua de Sangue.
A luz solar é a soma de todas as cores. Quando essa luz chega na camada de ar da Terra, cada cor se espalha de uma forma. Vale lembrar da sequência de cores do arco-íris: violeta, anil, azul, verde, amarelo, laranja e vermelho. Quanto mais perto do violeta, mais a luz se espalha na atmosfera, e quanto mais perto do vermelho, menos se espalha, de acordo com informações do G1.
“As cores da luz do Sol são afetadas de maneira diferente. A luz mais azul é muito mais afetada, mais espalhada à medida que vai passando”, disse Thiago Signorini Gonçalves, da Sociedade Astronômica Brasileira, explicando porque vemos a cor azul quando olhamos para o céu.
A sequência dos fatos no próximo eclipse será: A Terra vai bloquear os raios do Sol, mas alguns deles passarão pela atmosfera; A cor azul se espalhará na camada de ar da Terra, e os raios vermelhos, que se espalham menos, passarão; Então, a Lua refletirá então esses raios e ficará avermelhada, como se fosse banhada por “sangue”.
Profecias
O professor Christopher J. Katulka produziu um artigo sobre as profecias bíblicas e o fenômeno das luas de sangue, e afirmou que as Escrituras se referem ao fenômeno sempre apontando para um evento único.
“A profecia bíblica certamente fala de uma lua de sangue. O profeta Joel teve uma visão sobre ela quando profetizou sobre ‘o grande e terrível Dia do Senhor’: ‘Mostrarei prodígios no céu e na terra: sangue, fogo e colunas de fumaça. O sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes que venha o grande e terrível Dia do Senhor’ (Jl 2.30-31)”.
“Mais tarde, Lucas citou Joel em Atos 2.20, e o apóstolo João usou a mesma profecia em Apocalipse: ‘O sol se tornou negro como saco de crina, a lua toda, como sangue’ (Ap 6.12). Cada vez que a lua de sangue é mencionada, é em conjunção com outros eventos cósmicos que ocorrem simultaneamente. Portanto, se uma lua de sangue ocorreu, também deveremos esperar um sol escurecido e somente uma lua de sangue, não tétrades. Além do mais, cada escritor [bíblico] apontava para o mesmo acontecimento futuro”, contextualizou.
Em suas ponderações, Katulka diz que “atribuir valor profético a essas luas de sangue é algo que atrai a nossa atenção, mas os eventos a que se referem são aleatórios”, levando a um descompasso com a narrativa bíblica.
“Existe apenas uma ‘lua de sangue’ bíblica, e ela brilhará em lugar de um Sol escurecido e de estrelas apagadas, quando o Senhor julgar este mundo. Até então, cada lua de sangue é um exemplo da majestosa obra das mãos de Deus”, concluiu o professor, que leciona Bíblia na instituição The Friends of Israel, nos Estados Unidos.