O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não gostou de ter sido criticado por um padre da cidade de Laranjal Paulista, no interior de São Paulo, durante uma missa. Na ocasião, o líder religioso chamou o petista de “o maior ladrão que o mundo já viu”, o que terminou resultando em um processo judicial.
O padre se chama Edison Geraldo Bovo, e na gravação ele aparece dizendo que Lula teria utilizado recursos oriundos de práticas criminosas para “pagar Supremo Tribunal” e advogados.
“O maior ladrão que o mundo já viu, o senhor Luiz Inácio Lula da Silva. Coitada da família dele, dos pais, da mãe que tem vergonha disso. Onde você pesquisar no mundo, é o pior”, disparou o religioso.
“Sabe quanto que nós pagamos pra dizer que ele é bonzinho? (…) Esse dinheirinho é usado para pagar Supremo Tribunal, os advogados, para dizer ele é inocente, ele não fez nada, ele é bonzinho. (Lula) vai se candidatar e muita gente vai votar nele. Para com isso, gente. Se vocês não querem viver, se vocês estão cansados da vida, não judiem dos seus filhos, não judiem da geração que vai chegar”, completou o padre.
Processo
Como resultado, Lula entrou com uma ação judicial contra o padre Bovo, cobrando “explicações” acerca das suas declarações. A defesa do petista questionou o religioso, alegando que o presidenciável “foi absolvido” das acusações de corrupção e lavagem de dinheiro, o que é falso.
As decisões que resultaram na elegibilidade do ex-presidente dizem respeito apenas à competência da operação Lava Jato na instância de Curitiba (PR), sob o manto do ex-juiz Sérgio Moro, que foi considerado parcial em seus julgamentos. Não houve, contudo, decisões referentes ao mérito das acusações que pesam contra o petista.
Com base nisso, os advogados do padre Bovo rebateram a defesa de Lula, argumentando que se não é possível admitir uma condenação em vigência contra ele, uma vez que os processos de Curitiba foram suspensos, também não é possível falar de inocência.
“Sobre o ponto, por maior que seja a boa vontade da qual todas as almas são merecedoras, forçoso é reconhecer que em verdade, muito embora não se possa falar em condenação criminal vigente contra o senhor ex-presidente da República, não é possível reconhecê-lo como ‘absolvido’ quando, em verdade, notícias dão conta da perda do direito do Estado de punir por força do advento da prescrição”, disseram os advogados do padre. Assista: