Aos poucos a investigação sobre o assassinato da cantora gospel está avançando, com detalhes do crime vindo à tona. O delegado responsável pelo caso afirmou que Ederlan Mariano chorou durante o depoimento dizendo sentir saudades, e a mãe de Sara Mariano afirmou que a filha já havia se queixado de agressões.
Dolores Correia, mãe de Sara Mariano, declarou que a filha se abriu com ela sobre agressões sofridas do marido, mas se recusava a denuncia-lo por ter medo de retaliações dele.
“Ela virava para mim e dizia que tinha muito medo de contar para Polícia e, depois, acabar sendo morta. Minha filha já tinha sido agredida por ele com palavras e socos. Deus me revelou e, no começo, ela negava. Depois, começou a contar e dizer que não aguentava porque ele agredia ela de todas as formas”, afirmou Dolores na manhã desta segunda-feira, 30 de outubro, no Instituto Médico Legal (IML).
A mãe da cantora afirmou que a filha do casal, Esmeralda, presenciava as agressões: “Minha filha contou para mim que, quando ela chegava da igreja, ele estava bêbado. Teve um dia que ela precisou abraçar a filha dela porque ele estava nu dentro de casa querendo fazer sexo e a filha vendo tudo. Ela pediu respeito e disse que ia contar para um amigo policial das atitudes dele. Na hora, ele respondeu que, se ela contasse, acabava com a raça dela”, acusou Dolores.
“Eu não confio e não aceito esse homem com a filha deles. Ele mandou matar a mãe dela e, do jeito que está, pode fazer o mal a filha também. Eu quero a guarda dela. Não por conta da família dele, mas porque não quero ela perto dele. Minha neta vai ser criada como a mãe, dentro dos ensinamentos de Deus”, acrescentou a mãe de Sara Mariano, de acordo com informações do portal Correio 24 Horas.
O advogado da família da cantora, Marcus Rodrigues, revelou que Ederlan acompanhava a localização do celular da esposa e também tinha acesso às mensagens trocadas por ela:
“Ele conseguiu hackear o celular dela para monitorar a localização e as mensagens que ela trocava pelo Whatsapp. Ou seja, sempre sabia onde ela estava e com quem conversava. A prisão dele, inclusive, foi decretada principalmente porque ele já queria formatar o aparelho de Sara e destruir provas que eram essenciais para a investigação”.
Saudade
O delegado que está conduzindo a investigação na 25ª Delegacia de Polícia em Dias D’Ávila (BA), Euvaldo Costa, afirmou que Ederlan prestou um longo depoimento e acabou confessando que havia planejado o crime:
“Ele não admitiu de início, foram mais de 3h de interrogatório, mas diante das contradições ele acabou admitindo o que fez e apresentou uma justificativa que estamos investigando. Ele chorou muito, disse estar preocupado com a filha e com saudade da mulher”, resumiu o delegado.