Mais uma menina cristã no Paquistão, de apenas 14 anos, foi vítima de um sequestro, com o criminoso forçando-a a se converter ao islamismo e se casar com ele.
Khalid Masih, um encanador de 48 anos em Islamabad, disse que um açougueiro em seu bairro, Haider Ali, raptou sua filha, Alina Khalid, de sua casa na área de Khanna Pul, no dia 24 de junho.
“Alguns vizinhos nos disseram que tinham visto uma garota não identificada do lado de fora da nossa casa no dia em que Alina desapareceu. Quando começamos a procurá-la, descobri que Haider Ali, um açougueiro de 27 anos do nosso bairro, havia planejado o sequestro de Alina”, explicou Masih.
O pai registrou uma queixa na polícia de Khanna naquele dia, mas eles não tomaram nenhuma providência: “O FIR [First Information Report, equivalente ao B.O. no Brasil] foi finalmente registrado no final de 25 de junho, dando ao acusado tempo suficiente para se esconder”, protestou, em relato feito ao Christian Daily International-Morning Star News.
A família soube em 27 de junho que sua filha havia sido convertida à força ao islamismo e se casado com Ali, um crime muito comum no Paquistão: “Ficamos sabendo da conversão e do casamento de Alina depois que ela registrou sua declaração no tribunal, na qual ela supostamente alegou que havia mudado de fé e se casado com Ali por escolha própria”, disse Masih.
Documentos forjados
O Nikah Nama (certidão de casamento islâmica) afirma que a idade da menina cristã era 19, mas não contém o número do documento de identidade nacional obrigatório, pontuou o pai de Alina.
Normalmente, meninas sequestradas no Paquistão, algumas com apenas 10 anos, são sequestradas, forçadas a se converter ao islamismo e estupradas sob o disfarce de tais “casamentos” islâmicos e, então, são pressionadas a registrar declarações falsas em favor dos sequestradores.
De acordo com informações do portal The Christian Post, os juízes costumam ignorar evidências documentais relacionadas às idades das crianças, entregando-as de volta aos sequestradores como suas esposas “legais”.
Masih disse que sua filha não poderia ter ido com o açougueiro voluntariamente: “Alina não tinha telefone e nunca saía de casa sozinha, então não acho que ela teve contato direto com Ali. Ele a sequestrou com o único objetivo de explorá-la sexualmente. Como todas as outras vítimas, Alina também foi forçada a fazer o que seu sequestrador disse”.
A polícia não conseguiu resgatar Alina e apresentar o suspeito ao tribunal, acrescentou o pai, aflito, que agora precisa lidar com mais um desafio na tentativa de recuperar a filha: “Minha esposa sofre de hepatite C e também é diabética. A saúde dela começou a se deteriorar devido ao trauma do sequestro de Alina. A dor de perder nossa filha e os pensamentos de seu sofrimento em cativeiro nos mantêm acordados a noite toda. Que Deus tenha misericórdia de nós e salve nossa filha!”.
Safdar Chaudhry, presidente do Ministério Raah-e-Nijaat, sediado em Islamabad, disse que a polícia demorou a agir no caso da menina cristã: “O FIR foi registrado em nossa intervenção após quase 26 horas do incidente. Se a polícia tivesse agido a tempo, o acusado poderia ter sido preso, mas a inação permitiu que ele desaparecesse”.
“A polícia também deve perceber sua responsabilidade e deve parar de ajudar os perpetradores. O mesmo vale para os tribunais paquistaneses que estão concedendo cobertura legal a tais casamentos falsos”, disse Chaudhry.