Convidada pelo senador Paulo Paim (PT-RS), presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, para participar de uma reunião com o objetivo de expor os planos do governo na área de direitos humanos, a ministra Damares Alves disse que os direitos da comunidade LGBT estão garantidos, assegurando que não atuará por “vertente religiosa”.
Ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves parece querer agradar a gregos e troianos ao se apresentar como alguém com elevado grau de flexibilidade. Ela esteve na manhã da última quinta-feira (21) durante audiência na Comissão de Direitos Humanos do Senado, onde falou da sua atuação até o momento.
“Em um mês como ministra, acho que os senhores não conseguiram ver em nenhum momento eu fazer proselitismo. É ministra lá, não uma pastora, mas uma ativista de direitos humanos”, disse ela, segundo informações do Jornal do Brasil.
Questionada pela senadora Leila Barros (PSB-DF) se daria continuidade às políticas em prol da comunidade LGBT e das mulheres, Damares Alves foi enfática ao se dizer defensora dessa comunidade, deixando a impressão de que adota algumas das suas agendas.
“Nosso ministério está trabalhando muito na proteção dos direitos do LGBTI. A diretoria [do governo anterior] ficou intacta, inclusive quem eles indicaram. Essa ministra é uma ativista na defesa dos direitos da comunidade LGBTI”, disse ela.
Uma das pautas da comunidade LGBT, por exemplo, é a luta pela criminalização da “homofobia”, que atualmente se encontra em julgamento no Supremo Tribunal Federal. Entretanto, Damares não se pronunciou sobre o tema na ocasião.
A ressalva deixada pela ministra foi quanto à ideologia de gênero. Ela criticou o modo como o assunto foi inserido nas escolas. “A ideologia de gênero, da forma como ela foi implantada no Brasil, não trouxe respaldo na proteção do direito da comunidade LGBTI”, disse a ministra.
Assim, Damares deu entender que se modificada, a ideologia de gênero poderá ser aproveitada, insinuando inclusive que a homossexualidade seria algo biológico, isto é, de nascença e não uma orientação sexual adquirida mediante às experiências do indivíduo com o meio.
“Quando os ideólogos de gênero falam que ninguém nasce homem, e que ninguém nasce mulher, está mandando o recado também que ninguém nasce gay”, disse Damares, que continuou:
“…que ninguém nasce lésbica, que isso é uma construção social e isso me preocupa muito. Ser travesti, gay é uma construção social, cultural? Me preocupa muito o discurso dos ideólogos”, disse ela, também com informações da EXAME.