Mal assumiu o seu mandato como senadora da República, e a ex-ministra Damares Alves já virou alvo de um pedido de cassação. A iniciativa partiu do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), que enviou a representação para o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco.
Eleita pelo Distrito Federal, a ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos (MMFDH) do governo Bolsonaro está sendo acusada de “omissão” diante da crise humanitária na Terra Indígena Yanomami.
O pedido do PSOL apresentado ao Conselho de Ética do Senado acusa Damares de ter cometido “práticas incompatíveis com o exercício do mandato parlamentar”, além de ter utilizado, supostamente, a “a máquina pública como um instrumento para uma política etnocida e racista contra os Povos Indígenas”.
“A eleição para Senadora não é absolvição e não abona ou cancela os atos desabonadores praticados antes: os ilícitos cometidos e que quebram o decoro parlamentar continuam hígidos e surtindo seus efeitos”, diz um trecho da representação.
Damares se defende
Diante da repercussão da crise humanitária envolvendo os Yanomamis, Damares alves utilizou as suas mídias sociais para rebater as críticas contra a sua gestão a frente do MMFDH.
A ex-ministra que também é conhecida por sua atuação no meio evangélico como pastora, e possui uma filha indígena, disse que o seu trabalho junto aos chamados “povos originários” é fruto de uma vida de dedicação.
“Minha luta pelos direitos e pela dignidade dos povos indígenas é o trabalho de uma vida”, disse ela, classificando como mentira as alegações contra a sua gestão. “O MMFDH esteve ‘in loco’ inúmeras vezes para levantar informações.”
“No auge da pandemia distribuímos cestas básicas. Enviamos ofícios aos órgãos responsáveis para solicitar atuação e recebemos relatórios das equipes técnicas, as quais informaram as providências tomadas”, continuou Damares.
E acrescentou: “O MMFDH, num grande esforço, e com o apoio de outros órgãos, entregou o Plano Nacional de Enfrentamento a Violência Contra Crianças, inclusive reconhecendo a desnutrição como uma das mais terríveis violências contra elas, propondo ações.”
A senadora, por fim, criticou a cobertura que a imprensa vem fazendo da situação atual dos indígenas, lembrando reportagens de 2013 e 2015 que já falavam da violência e desnutrição entre os índios, durante os governos do Partido dos Trabalhadores (PT).