Kirsten Haglund foi eleita Miss América em 2008, mas sofria desde a adolescência com um grave transtorno alimentar, a anorexia, e encontrou na Bíblia Sagrada a saída para sua dificuldade.
Ela compartilhou seu testemunho diversas vezes, e recentemente, voltou a contá-lo para o projeto I Am Second, que apresenta a história de vida de pessoas públicas e a maneira como o Evangelho impactou suas vidas.
Em 2008, quando foi coroada Miss, ela já sofria com a anorexia. Hoje, aos 28 anos, ela descreve sua luta contra a doença como uma jornada em busca de liberdade: “Quem sofre de transtorno alimentar tem uma mente que não funciona normalmente. Você literalmente se vê de forma terrível e repugnante”.
A anorexia, segundo Kirsten, é um assunto que reúne diversos outros: “É sobre o alimento e é sobre a perda de peso também, onde a mente quer criar um tipo de corpo perfeito. Mas é muito mais que isso, é sobre escravidão”, descreveu.
Na infância, Kirsten praticou ballet, mas precisou abandonar a dança aos 12 anos depois que sua mãe foi diagnosticada com câncer de mama e seu irmão com transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).
“Minha vida entrou em colapso”, comentou, contando como surgiram os problemas de insegurança. Ela pôs na cabeça que seria uma bailarina profissional, pois sentia-se capaz de alcançar um alto rendimento, e aí, começou a forçar o corpo, ficando no estúdio de ensaio por horas a mais do que o exigido.
“Pela primeira vez eu pensei: ‘Talvez eu deveria pensar na minha alimentação. Talvez eu deveria fazer dieta. Não é isso que todas as revistas de moda dizem? Ser uma mulher, perder cinco quilos e se sentir bem’. Pensei que isso poderia ser uma boa ideia para que eu fosse uma bailarina de sucesso. Talvez eu precise fazer uma dieta”, disse, reproduzindo seus pensamentos à época.
A essa altura, ela passou a ignorar o almoço, e conseguir pular uma refeição a deixou enganosamente orgulhosa: “Foi muito bom. Eu me senti muito orgulhosa de mim mesma. E eu queria continuar a evitar outras refeições. Por isso comecei a fazer minhas próprias regras”, disse.
Aos 15 anos, ela já era refém da doença: “A mentira da anorexia me disse: ‘Se você ficar comigo, eu vou te dar tudo o que quiser’. O espelho é um dispositivo de tortura para alguém que luta contra sua imagem corporal. Tudo o que eu via era o fracasso. Eu ainda não estava onde eu queria chegar. Eu não era anoréxica o ‘suficiente’”, recordou.
Seus pais, apesar de trabalharem como enfermeiros, não notaram os sinais da doença e só a levaram a um especialista depois que Kirsten passou meses agindo com raiva e ansiedade. Lá, ela foi diagnosticada com anorexia. “Eu estava tão brava com a minha mãe por ela ter me levado ao médico. Eu só queria fazer o que quisesse. Queria ser uma dançarina profissional. Eu pensei em enganar meus pais e ganhar um pouco de peso para despistá-los. Depois eu poderia voltar à anorexia novamente”, contou.
Certo dia, percebeu que enganar seus pais não enganaria a Deus, pois Ele sabia de todas as coisas, mas isso não era suficiente para que mudasse, até que um dia ela desmaiou enquanto corria na esteira sem ter se alimentado.
“Isso foi bastante assustador”, disse. Ela contou que passou a aceitar o apoio dos amigos e entrou no caminho da recuperação e passou a ler um livro que tinha ganhado com citações da Bíblia. O material despertou o interesse de Kirsten, que passou a ler os Salmos.
Ao longo desse processo, ela passou a ter vontade de comer pizza e bolo de aniversário, namorar e casar no futuro. “Foi nesse momento que eu realmente percebi que queria mudar”, relembrou. “Eu vi como se aquelas palavras fossem pra mim. A Bíblia trouxe conforto para a minha alma e me fez ser livre do perfeccionismo. E eu percebi que não estava sozinha. Jesus estava comigo em todo tempo. Através do meu relacionamento com Cristo eu finalmente compreendi minha identidade como filha de Deus e percebi que o amor e a aceitação são dons gratuitos de Deus”, resumiu.
Anos depois dessa fase, ela foi eleita Miss América e, desde então, tem usado seu testemunho de cura da anorexia para alertar sobre os perigos da doença e falar de Jesus. Assista ao depoimento de Kirsten Haglund ao I Am Second: