Um dos momentos mais comoventes vivenciado pela comunidade de Suzano, após o massacre que vitimou oito pessoas, sendo sete delas da escola estadual Professor Raul Brasil, na última quarta-feira (13), em São Paulo, foi o velório coletivo das vítimas fatais, onde milhares de pessoas se reuniram na Arena Suzano, no Parque Max Feffer.
O primeiro corpo a ser enterrado foi o de Samuel Melquíades, de 16 anos, que teve como destaque em sua história de vida o testemunho de fé e serviço prestado ao ministério da Igreja Adventista de Suzano, como ilustrador de estudos bíblicos.
Samuel tinha o desenho como uma das suas habilidades, e chegou a ilustrar o livro “Como consertar um coração quebrado”, da Editora Scortecci, que fala de superação e solidariedade, escrito por Adriano Fonseca.
Durante o enterro, o pai do garoto, Gercialdo Melquiades de Oliveira, disse que recebeu do autor da obra um personagem criado por seu filho, o que para ele ficará guardado como uma parte de Samuel.
“Samuel teve a oportunidade de ilustrar um livro para um amigo meu”, disse ele. “Meu amigo veio trazer esse bonequinho, que é um personagem dele, então tem um pouquinho dele aqui”, disse o pai, segundo informações do G1.
Responsável por conduzir a cerimônia religiosa durante o velório, o líder espiritual da igreja da qual Samuel Melquíades fazia parte, disse que apesar de não ser a ordem natural das coisas, um pai enterrar seu filho, a morte do adolescente testemunhou a glória de Deus sobre a sua vida.
“Foi para a glória de Deus que Samuel morreu. Eu queria nesse momento encontrar as palavras certas para confortar o coração de vocês. É contra as regras da natureza um pai enterrar um filho. Deus está ao lado dos pais nesse momento. Nós o veremos na glória, Samuel”, disse ele.