O massacre de Suzano fez oito vítimas fatais, entre alunos, funcionários da Escola Estadual Professor Raul Brasil e um parente de um dos assassinos, mas também vitimou os que até hoje carregam no corpo as marcas físicas e psicológicas das agressões que sofreram naquela quarta-feira 13 de março de 2019.
Uma dessas sobreviventes é Rhyllary Barbosa de Sousa, de apenas 15 anos, que aparece na gravação de uma das câmeras de segurança do colégio lutando contra um dos assassinos, Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, que portava uma machadinha e uma besta.
“Corri para o refeitório, pulei um murinho e me abaixei para me esconder. Tinha muita gente comigo. Mas ali, daquele jeito, estávamos numa posição bem desfavorável”, contou a jovem, que teve a iniciativa de motivar o grupo de alunos a fugir do local.
“Eu estava assustada, mas busquei uma força que não sei de onde veio, me levantei e disse para todo mundo: vocês precisam tomar coragem. Se a gente ficar parado aqui, vai ser muito pior”, lembra.
Rhyllary é aluna de Jiu Jitsu, modalidade de luta agarrada que fez diferença na hora de se desvencilhar do assassino. “Eu me imaginei no tatame e não deixei ele me derrubar”, disse ela, segundo informações da Folha de São Paulo.
O professor Angelo Máximo Leite de Oliveira, responsável pelo treinamento da jovem, destacou sua coragem ao avaliar o vídeo em que a aluna aparece lutando com um dos assassinos. “No momento em que ela foi segurada, permaneceu com a perna afastada em relação ao atirador e, assim, criou uma base para se defender”, disse ele.
“Ela tem um diferencial dentro do tatame. Além de muito disciplinada, treina com homens de até 110 kg de igual para igual”, destacou.
Ainda segundo à Folha, Rhyllary está frequentando os cultos em uma igreja Assembleia de Deus, buscando em Cristo e no amparo dos irmãos de fé o apoio necessário para superar o trauma de um dia que marcará para sempre a sua memória.