A campanha eleitoral para a presidência da República terá diversos fatores incomuns, incluindo o fato de o líder das pesquisas, Jair Bolsonaro (PSL) praticamente não ter tempo de propaganda na TV. E, se depender de acordos políticos escusos, o presidenciável prefere continuar dessa forma.
Em visita ao Maranhão na última semana, Bolsonaro afirmou que não montará uma coligação apenas para aumentar seu tempo de TV, por ter compromisso de romper com o modelo “toma lá, dá cá” que vem sendo adotado desde 1994 pelos presidentes eleitos.
“Não farei acordo com o diabo para ter tempo de TV”, disse Bolsonaro, acrescentando que sua campanha se baseará nas redes sociais. “Propaganda hoje é feita com isso aqui [celular]. Tivemos o exemplo nos Estados Unidos, ninguém acreditava no Trump, mas ele ganhou”, argumentou, de acordo com informações do jornal Folha de S. Paulo.
Convicto de que tem apoio popular, o deputado federal criticou as pesquisas de intenção de voto, em especial, o instituto Datafolha: “Pesquisas no Brasil estão sob suspeitas. Pesquisas no Brasil, como regra, sempre foram usadas para ganhar voto. O eleitor que não gosta de falar, muitas vezes [diz] ‘não vou votar no cara que está perdendo’, aí vota no cara só porque está na frente”, disse Bolsonaro.
Em uma crítica mais direta ao Datafolha, afirmou: “Nós carecemos no Brasil de uma fonte de pesquisas confiável”. O instituto de pesquisas ligado à Folha de S. Paulo é alvo, há anos, de piadas nas redes sociais que colocam sua credibilidade e metodologia em xeque.
A pré-candidata ao governo do Maranhão, Maura Jorge (PSL), afirmou que existe má vontade da grande mídia contra Bolsonaro, que pinta uma imagem preconceituosa do presidenciável: “Para acabar com o factoide, ele escolheu uma mulher, nordestina e maranhense para apoiar no Maranhão”, afirmou a ex-prefeita do município de Lago da Pedra e deputada estadual por quatro vezes.
“As pessoas querem alguém que ame a sua pátria, alguém que afaste o comunismo. O Maranhão, a partir de 2019, não será mais governado por comunistas”, concluiu Bolsonaro, ressaltando seu apoio a Maura Jorge e criticando o governador Flávio Dino, do PCdoB.