O número de líderes religiosos que se autodenominam “apóstolos” tem aumentado nos últimos anos, dentro e fora do Brasil. Essa titulação, contudo, também vem sendo questionada por parte de algumas lideranças, como o pastor e escritor Renato Vargens, que fez uma publicação sobre o tema após a consagração de Leonardo Sale.
Fundador da Igreja Pentecostal Templo de Milagres (IPTM), Leonardo Sale teve a sua consagração como “apóstolo” anunciada pela própria denominação. O comunicado foi feito através das redes sociais.
“APÓSTOLO! Na manhã deste domingo, nosso pastor e profeta foi consagrado a Apóstolo da IPTM. É chegado um novo tempo, e com ele uma nova unção. ‘Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós’, Efésios 3:20″, comunicou a igreja.
Renato Vargens, por sua vez, fez uma publicação objetiva para rebater a noção de que apóstolos existem em nossos dias. Para o teólogo, os que se autodenominam assim são ignorantes ou “picaretas”.
“Não existem mais apóstolos. O último que tivemos foi João. Os que hoje se consideram apóstolos o fazem por ignorância, ou porque são picaretas”, escreveu Vargens em suas redes sociais.
Mesma noção
Augustus Nicodemus Lopes, um dos teólogos mais respeitados do meio protestante nacional, também já fez uma publicação rebatendo a noção de que existem apóstolos em nossos dias.
Em um artigo publicado pelo Ministério Fiel, Nicodemus explicou que os apóstolos foram pessoas designadas especificamente por Deus para cumprir objetivos ligados à revelação e escritura da Palavra, semelhantemente aos profetas do Antigo Testamento.
Isto é, em outras palavras, “já que os apóstolos foram os sucessores dos profetas do Antigo Testamento, não há, pois, hoje, possibilidade de haver apóstolos como os doze e Paulo, pois eles foram recipientes e transmissores da revelação final de Deus para seu povo, que se encontra registrada no Novo Testamento.”