Um naufrágio de uma lancha que fazia o transporte de passageiros entre Mar Grande e Salvador, na Bahia, resultou na morte de 18 pessoas, incluindo três crianças. Alguns passageiros que tinham passagem para a travessia desistiram do embarque, e agradeceram a Deus pelo livramento
A lancha, batizada como Cavalo Marinho I, naufragou no dia 24 de agosto, por volta das 6h30 da manhã, dez minutos após zarpar do Terminal Marítimo de Mar Grande. Quando o acidente aconteceu, a embarcação estava a 200 metros do destino, com 120 pessoas à bordo, inclluindo quatro tripulantes, que sobreviveram.
De acordo com informações do G1, os órgãos fiscalizadores AGERBA e Capitania dos Portos atestaram que a embarcação estava regular. No acidente, a lancha tombou e ficou parcialmente destruída.
Um dos passageiros que compraram passagem, mas desistiram do embarque, foi o consultor financeiro Hélio Dias, que vive na praia de Taipoca, em Ilha de Itaparica, e faz a travessia entre Mar Grande e Salvador diariamente.
“Eu estava na lancha e quando eu desci na parte inferior, percebi que algumas pessoas vinham deitadas, alguns estudantes, e costumam não gostar quando se pede licença. Eu me senti constrangido. Quando eu olhei para cima, eu vi um amigo, aí subi. Tanto tempo que eu não via esse amigo. Mas me deu uma intuição, uma coisa de livramento de Deus. Junto comigo, outras duas garotas com duas crianças, me perguntaram: ‘O senhor não vai não?’ Eu disse não e saltei da lancha. Um livramento de Deus”, contou.
Uma senhora que optou por se manter anônima também desistiu da viagem por sentir medo: “Quando vi que era muito pequena [a lancha], eu disse ‘eu não vou não’. Voltei e troquei a minha passagem. Vim na lancha de 7h00. Por isso, hoje estou aqui. Só Deus pode saber o que poderia ter acontecido. Aliviada por estar aqui. Emocionada pelas pessoas que ficaram lá”, lamentou.