A embriaguez, definitivamente, é condenada pela Bíblia Sagrada. Esse conceito é ponto pacífico nas mais diferentes correntes teológicas do protestantismo, enquanto que o consumo moderado é alvo de debates. Nesse contexto, o pastor Renato Vargens publicou um artigo em exortação aos evangélicos que se excedem no consumo do álcool.
A pregação de abstinência completa do álcool é uma corrente recente no cristianismo, existente principalmente, entre os pentecostais. Porém, a postura de maior flexibilidade adotada pelas igrejas reformadas tradicionais não configura apoio ao vício ou exagero. Vargens frisa que, em muitos casos, evangélicos têm agido em relação á bebida como se fossem ímpios.
“O apóstolo Paulo ao escrever sua epístola aos Efésios afirma que cristãos, discípulos de Cristo, não deveriam se embriagar com vinho o que leva a devassidão (Efésios 5:18). Todavia, contrapondo-se a isso, volta e meia eu ouço relatos de crentes em Jesus que ‘chaparam a cara’ bebendo compulsivamente, embriagando-se envergonhando o nome de Cristo”, lamentou no artigo publicado em seu blog.
O pastor, que lidera a Igreja Cristã da Aliança, ilustrou sua crítica: “Soube de crentes [que], numa festa de aniversário, beberam ‘todas’, proporcionando àqueles que testemunharam o fato, escândalo e ignomínia. Noutra ocasião, soube de um líder de uma determinada igreja que bebeu uma tarde inteira, ficando quase sem condições de subir ao púlpito para pregar a Palavra de Deus”, contextualizou.
De acordo com Vargens, “em nome da ‘liberdade'”, muitos jovens cristãos “saem para a balada, entornando no copo os mais variados tipos de bebida alcoólica”, sem controle ou preocupação com possíveis escândalos.
“Concordo com o pressuposto reformado de que a Bíblia não proíba o crente de beber um copo de vinho, contudo, ela proíbe a embriaguez, e o que temos visto em muitos evangélicos é o consumo desenfreado de bebida alcoólica. Para piorar a situação, multiplica-se a olhos vistos o número de festas evangélicas onde é servido muita bebida alcoólica”, escreveu Vargens.
Excesso
O alerta do pastor sobre a perda do controle em relação às bebidas se deve à possibilidade de que o consumo se torne vício: “Se você é daqueles que em nome da liberdade tem bebido desbragadamente, ouso lhe dizer que você possivelmente tornou-se escravo da bebida”, pontuou.
“É possível também que além de envergonhar o testemunho cristão, você esteja servindo de pedra de tropeço para alguma pessoa. Certa feita nosso Senhor disse a seus discípulos: ‘É inevitável que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual eles vêm!’ (Lucas 17.1). As Escrituras nos ensinam que não temos o direito de escandalizar ninguém, tampouco ser pedra de tropeço à fé do nosso irmão. Na verdade, foi isso o que Paulo afirmou em Romanos 14:13: ‘Não nos julguemos mais uns aos outros; pelo contrário, tomai o propósito de não pordes tropeço ou escândalo ao vosso irmão'”, frisou, recapitulando os ensinamentos mais comuns a respeito do tema.
“Além disso, em I Coríntios 8.13 Paulo afirmou que se aquilo que eu como leva o meu irmão a pecar, não deveria comer carne, para não fazer meu irmão tropeçar. […] Se você é um daqueles que mesmo em sua casa tem bebido compulsivamente a ponto de isso mexer com suas faculdades, você está em pecado e precisa arrepender-se de seu comportamento”, finalizou.