O zagueiro Neto é o sobrevivente da queda do avião da Chapecoense com estado de saúde mais delicado, recebendo atenção mais intensa dos médicos. Ele foi o último a ser encontrado e, quando a notícia se espalhou, veio à tona uma declaração do jogador a um amigo de que ele gostaria de dedicar a vida à pregação do Evangelho.
O perfil religioso de Neto passou a ser alvo de curiosidade da mídia, que foi atrás de conhecer quem é Hélio Hermito Zampier Neto a partir da perspectiva de quem convive com ele.
Uma comerciante de Chapecó (SC), cidade do time onde Neto joga, afirmou que o jogador é alguém presente como pai e marido e um divulgador do Evangelho: “Ele tem um casal de gêmeos. Quando vem aqui, é ele quem escolhe as roupas, quem decide. A filhinha é quem mais conversa comigo. Adora as tiaras”, contou Darlen Wickert, dona da loja de roupas infantis frequentada pela família.
Em entrevista ao Correio Braziliense, Darlen revelou que se tornou amiga do casal, principalmente de Simone, esposa do zagueiro. E essa proximidade deu liberdade a Neto para falar de sua fé: “Ele é muito religioso. O tempo inteiro ele fala em Deus. Quando eu soube do acidente, algo me disse que ele não havia morrido. Fiquei receosa de tentar contato com a Simone, mas, quando consegui falar, ela só me respondeu que Deus já tinha feito o milagre dele, que era o fato de o Neto estar vivo”, contou a comerciante.
No começo de 2016, Neto precisou se submeter a uma cirurgia na coluna, e a intervenção trazia o risco de deixar o jogador paraplégico. Ele confiou que tudo daria certo e foi em frente: “Uma vez, ele sofreu uma lesão e poderia ficar paraplégico. Ele decidiu marcar uma cirurgia e colocou tudo nas mãos de Deus. Ele contou que a cirurgia demorou oito horas. Ali, eu vi que ele era muito religioso. Eu tinha certeza de que a fé dele seria mais forte do que a morte”, recordou.
Outro empresário com quem Neto mantinha contato é o dono de um restaurante de comida japonesa no shopping da cidade. José Luiz Facchio também testemunhou a fé do zagueiro campeão da Copa Sul-americana 2016: “O Neto adora comer aqui com a mulher e os filhos. E como gosta de falar de Deus para mim”, disse. “Ele parava para pagar a conta e ficava evangelizando. Soube da notícia do acidente de madrugada, mas, impressionante, no meu subconsciente, algo me dizia que ele não estaria na lista das vítimas devido ao tamanho da fé dele. Você vê no rosto dele que é um cara diferente”, concluiu.