A equipe de governo do presidente Jair Messias Bolsonaro parece estar cada vez mais alinhada com um propósito comum: celebrar a vida! Esse conceito foi reforçado pela atual titular da Secretaria Nacional da Família, a jurista, filósofa e antropóloga Angela Gandra Martins Silva.
A Secretaria é vinculada ao Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, coordenado pela ministra Damares Alves, que também é advogada e há anos luta contra a violência infantil, especialmente o infanticídio indígena e o aborto. Neste sentido, Angela e Damares devem atuar em perfeita sintonia.
“A gente vai trabalhar com o fortalecimento de relações na família”, disse Angela em declaração ao jornal Folha de São Paulo. Ela lembrou que ao ouvir de Damares que o “nosso ministério é da alegria e da vida”, prontamente confirmou sua participação na Secretaria: “Então, vamos celebrar a vida”.
Filha de um dos juristas mais respeitados do mundo, Ives Gandra Martins, Angela se destaca por sua militância contra o aborto. Ela representou, por exemplo, a União dos Juristas Católicos de São Paulo durante uma série de audiências públicas realizadas pelo Supremo Tribunal Federal no ano passado, para discutir a descriminalização do aborto.
A nomeação de Angela Gandra Martins Silva para a Secretaria Nacional da Família é mais um golpe certeiro do novo presidente contra a agenda ideológica de grupos abortistas no Brasil.
“Coerentemente, este é um ministério que defende os direitos humanos. A vida é um direito inviolável segundo a nossa Constituição. Vamos, naturalmente, por este caminho”, declarou Angela, frisando que sua atuação junto à ministra Damares não será por viés religioso, mas por convicções morais e que mesmo assim haverá espaço para o diálogo.
“Há muitas convicções, mas há uma abertura muito grande para a somatória de luzes e criatividade que pode vir de cada ser humano, independente da sua própria convicção”, disse ela, ressaltando o verdadeiro conceito de Estado laico.
“Acho que existe uma boa laicidade. Nosso governo, o próprio presidente [diz] ‘Deus acima de todos’. Evidentemente essa religiosidade pode ter Deus também, como a nossa própria Constituição fala no preambulo ‘sob a proteção de Deus’. Mas isso não impede que haja, acho até facilita, um diálogo de respeito à maneira de pensar das pessoas”, conclui.