“Permanecemos elevados, orgulhosos e só nos curvamos diante do Deus Todo-Poderoso”. O presidente Donald Trump, em campanha por sua reeleição, fez um discurso para celebrar o dia da independência dos Estados Unidos e repudiou a intolerância e extremismo de movimentos políticos que exigem que as pessoas se ajoelhem em apoio às suas causas durante o hino nacional.
O assassinato de George Floyd se tornou pretexto para a ascensão de um movimento político antigo, mas que não vinha monopolizando o debate político nos últimos anos: Black Lives Matter. A partir dos protestos inspirados pelo ideal marxista de derrubada de estátuas e monumentos históricos, a militância passou a despertar críticas mais duras.
“Nossa nação está testemunhando uma campanha impiedosa para acabar com a nossa história, difamar nossos heróis, apagar nossos valores e doutrinar nossos filhos”, disse o presidente Trump na última sexta-feira, 03 de julho, no Monte Rushmore, onde fez um comício na véspera do dia da independência.
O Monte Rushmore é famoso por abrigar bustos em grande escala em homenagem a grandes líderes do país, como George Washington, o primeiro presidente dos EUA, Thomas Jefferson, autor da declaração da independência, Theodore Roosevelt, que conquistou maior conhecimento e liberdade de expressão, e Abraham Lincoln, defensor do fim da escravidão.
“Multidões raivosas estão tentando demolir estátuas de nossos fundadores, desfigurar nossos memoriais mais sagrados e desencadear uma onda de crimes violentos em nossas cidades”, disse Trump, segundo o portal Christian Headlines.
“Muitas dessas pessoas não têm ideia do porquê estão fazendo isso, mas algumas sabem exatamente o que estão fazendo. Eles acham que o povo americano é fraco, passivo e submisso. Mas não, o povo americano é forte e orgulhoso, e não permitirá que nosso país, e todos os seus valores, história e cultura, sejam retirados deles”, acrescentou.
A estratégia da esquerda se basear em destruir “todas as bênçãos pelos quais nossos ancestrais tanto lutaram e sangraram para garantir”, acusou o presidente, que em seguida, condenou a chamada “cultura de cancelamento”, muito em voga nas redes sociais. Para Trump, essa prática de constrangimento termina por “afastar as pessoas de seus empregos, envergonhar os dissidentes e exigir total submissão de quem discordar”.
“Essa é a própria definição de totalitarismo, e é completamente estranha à nossa cultura e nossos valores, e não tem absolutamente nenhum lugar nos Estados Unidos da América […] Este ataque à nossa liberdade […] deve ser interrompido, e será interrompido muito rapidamente”, prometeu o presidente, confiante de sua reeleição.
Um ponto enfatizado por Trump é que os americanos “acreditam que nossos filhos devem ser ensinados a amar seu país, honrar nossa história e respeitar nossa grande bandeira americana”. A menção a esse senso comum entre a população dos Estados Unidos é o que explica o inconformismo de muitos com o gesto de se ajoelhar durante a execução do hino nacional, com o presidente indicando o único digno de tal gesto: “o Deus Todo-Poderoso”.
“Não se enganem! Essa revolução cultural de esquerda foi projetada para derrubar a Revolução Americana”, alertou Trump. “Nossos filhos são ensinados na escola a odiar seu próprio país […] Há um novo fascismo de extrema esquerda que exige lealdade absoluta. Se você não fala sua língua, executa seus rituais, recita seus mantras e segue seus mandamentos, então você será censurado, banido, colocado em uma lista negra, perseguido e punido. Isso não vai acontecer conosco”, reiterou, de acordo com informações do jornal Folha de S. Paulo.