A postura política do pastor Silas Malafaia no último programa Vitória em Cristo, quando ele orientou cristãos a votarem em candidatos que beneficiassem os eventos evangélicos, tornou-se tema de um artigo do ativista Julio Severo.
Severo elogia a luta de Malafaia contra os ativistas gays, mas critica a postura política de Malafaia: “Apoio 100% quando Malafaia apoia a família e a vida. Mas rejeito 100% quando ele tenta vender os evangélicos em troca de lentilhas em seu oportunismo político”.
No artigo, Julio Severo questiona o motivo de Malafaia ter se arrependido de apoiar a candidatura do presidente Lula nas duas eleições que foram vencidas por ele: “Havia sinais claros, antes de 2002, de que um governo de Lula promoveria aborto e homossexualismo. Se eu, que na época era apenas o autor do livro O Movimento Homossexual, sabia o que aconteceria (e fiz minha parte, alertando líderes), imagine então Malafaia, que se considera profeta?”, ironiza.
Segundo ele, o pastor Silas Malafaia estaria “acendendo uma vela para Deus e outra para o diabo” ao orientar os fiéis a votarem em candidatos que promovam políticas favoráveis a evangélicos e homossexuais.
Julio Severo afirma que essa postura é “oportunismo político de Malafaia”, que possuía cargo de confiança no governo do ex-presidente: “Lula se encaixava perfeitamente no perfil de político acendedor de velas para o diabo e para Deus. Depois de ganhar, sim, Lula promoveu o aborto e o homossexualismo. Mas ele não se esqueceu dos evangélicos que o apoiaram. Ele se lembrou de lhes dar favores. Foi criada uma Secretaria de Combate à Fome, onde Malafaia e o falecido líder batista Nilson Fanini ocupavam cargos de importância”, contextualiza.
O blogueiro e ativista Julio Severo conclui seu artigo dizendo que Malafaia deve ser apoiado no combate ao ativistas gays, e ignorado em suas opiniões políticas: “Defendamos tudo o que Malafaia ensina em defesa da família, mas não o imitemos quando ele joga gasolina na fogueira. Pelo contrário, vamos jogar água na fogueira, repudiando indicações políticas irresponsáveis”.
Confira abaixo a íntegra do artigo de Julio Severo:
Em seu Programa Vitória Em Cristo exibido pela Rede TV em 14 de abril de 2012, o Pr. Silas Malafaia falou sobre a implacável perseguição que vem sofrendo por parte do ativismo gay do Brasil.
Ele alertou as lideranças evangélicas de que caso o movimento gay consiga atingir seus ideais, o quadro no Brasil será sombrio e a igreja brasileira sofrerá com isso. Ele mencionou prisões de pastores no Canadá e Inglaterra por terem falado que homossexualismo é pecado.
Malafaia falou sobre a questão durante quase uma hora, e ele merece nossos parabéns por tal importante alerta.
Entretanto, quase no fim do programa de Malafaia veio a surpresa, a bomba e a contradição: ele disse que você pode votar num candidato pró-homossexualismo, desde que os evangélicos também saiam favorecidos.
Malafaia deu a entender que se um candidato a prefeito apoia a parada gay, mas também a Marcha para Jesus, merece o voto de cristãos. Isto é, se o candidato acender uma vela para Deus e outra para o diabo, merece o voto dos cristãos. De acordo com essa opinião, o candidato acendedor de velas para o diabo só não seria digno do voto dos cristãos se não desse favores também para os cristãos. Para assistir Malafaia em suas declarações polêmicas, siga este link: http://www.youtube.com/watch?v=o0V2VP8DnqU
Minha pergunta agora é: se os cristãos precisam apoiar candidatos que acendem simultaneamente velas para o diabo e para Deus, então por que Malafaia mostrou certo remorso por ter apoiado Lula nas duas eleições presidenciais?
Havia sinais claros, antes de 2002, de que um governo de Lula promoveria aborto e homossexualismo. Se eu, que na época era apenas o autor do livro O Movimento Homossexual, sabia o que aconteceria (e fiz minha parte, alertando líderes), imagine então Malafaia, que se considera profeta?
Lula se encaixava perfeitamente no perfil de político acendedor de velas para o diabo e para Deus. Depois de ganhar, sim, Lula promoveu o aborto e o homossexualismo. Mas ele não se esqueceu dos evangélicos que o apoiaram. Ele se lembrou de lhes dar favores. Foi criada uma Secretaria de Combate à Fome, onde Malafaia e o falecido líder batista Nilson Fanini ocupavam cargos de importância. Eles estavam oficialmente atuando no governo, exclusivamente para servirem de conveniente propaganda petista ao público evangélico de que o governo Lula sabia também dar pirulitos para pastores.
Por que mostrar remorso por ter apoiado Lula duas vezes se o petista agradou efetivamente os dois lados? Pelo menos, nesse aspecto, Lula não traiu seu histórico oportunista e corrupto.
A única coisa que Malafaia se esqueceu de fazer no programa dele de sábado passado foi, conforme ele mesmo disse em seu Twitter pessoal, mencionar o Bispo Manoel Ferreira, grande aliado na luta para “educar” os evangélicos a votar em políticos que acendem velas para Deus e para o diabo.
Na última eleição, Ferreira foi o supremo secretário de Dilma para assuntos evangélicos, literalmente vendendo os evangélicos ao diabo em troca de um prato de lentilhas.
Mais recentemente, há o caso de Ferreira com o Rev. Moon. Fale em dinheiro, e Ferreira e outros apoiam até o diabo, desde que haja favorecimentos.
Apoio 100% quando Malafaia apoia a família e a vida. Mas rejeito 100% quando ele tenta vender os evangélicos em troca de lentilhas em seu oportunismo político.
Agora, dou motivos por que você não deve deixar de apoiar as posturas pró-vida e pró-família de Malafaia, sem seguir suas desastrosas recomendações políticas.
Repito o que já disse antes:
O que o Brasil tem, majoritariamente, são 1) cristãos que votam e promovem o PT ou outros partidos socialistas (PSDB, PSOL, etc.) e se calam, e 2) cristãos que votam e promovem o PT ou outros partidos socialistas (PSDB, PSOL, etc.) e não se calam.
Ficar em silêncio diante da institucionalização do pecado é pecado! Abrir a boca contra a institucionalização do pecado e promover quem a faz é melhor do que o silêncio, mas é também pecado.
Entretanto, como o Brasil não tem um Elias ou João Batista, ficamos com a opção imperfeita de apoiar líderes cristãos que pelo menos abrem a boca. Esse é o caso de Malafaia. Embora ele tenha jogado muita gasolina na fogueira que está combatendo, pelo menos ele não está como muitos outros, que igualmente jogaram muita gasolina na fogueira e hoje silenciam ou amenizam os perigos da fogueira.
Claro que o Brasil precisa de um homem que abra a boca sem jogar gasolina na fogueira. Esse seria o ideal de Deus. Um homem que denuncia o pecado e diz aos “reis” do Brasil: “Assim diz o Senhor”. Um homem que, mesmo perdendo suas concessões de rádio e TV, proclamaria suas mensagens nas esquinas das ruas ou nas esquinas da internet.
Na ausência de um profeta Elias ou de um João Batista no Brasil, façamos o que Jesus nos ensinou:
“Por isso vocês devem obedecer e seguir tudo o que eles dizem. Porém não imitem as suas ações, pois eles não fazem o que ensinam.” (Mateus 23:3 BLH)
Essas palavras de Jesus podem também ser parafraseadas assim:
“Por isso vocês devem obedecer e seguir tudo o que eles dizem em defesa da família. Mas não imitem as suas ações de votar, apoiar e promover políticos anti-família, pois eles não fazem o que ensinam.”
Uns consentem só com ações; outros com palavras e ações. Portanto, saibamos discernir o que fazer diante das omissões totais ou parciais.
Quando eles nos ensinarem contra o aborto e o homossexualismo, ouçamos e pratiquemos.
Mas não imitemos as ações deles. Quando eles votarem em políticos anti-família, não os imitemos.
Quando eles apoiarem e promoverem políticos anti-família, não os imitemos.
Lembremo-nos de suas palavras e mensagens em defesa da família, mas não imitemos o que fazem em épocas de eleição, jogando gasolina na fogueira. Ignoremos completamente suas irresponsáveis indicações políticas quando não praticam o que pregam. Afinal, essa foi a ordem de Jesus: seguir o que eles ensinam de bom e não imitar o que fazem de hipócrita.
Por isso, em obediência às palavras de Jesus, sigamos tudo o que Malafaia e outros ensinam sobre aborto e homossexualismo, mas não imitemos suas ações. Defendamos tudo o que Malafaia ensina em defesa da família, mas não o imitemos quando ele joga gasolina na fogueira. Pelo contrário, vamos jogar água na fogueira, repudiando indicações políticas irresponsáveis.
Fonte: Gospel+