O Dia Nacional de Oração é um evento tradicionalíssimo nos Estados Unidos, que reúne as principais lideranças políticas, pastores, escritores e convidados. A reunião nasceu da tradição cristã sobre a qual o país foi fundado, séculos atrás.
No evento deste ano, o casal de escritores e produtores de TV Mark Burnett e Roma Downey – responsável pela elogiada série “A Bíblia”, do canal History – estiveram entre os convidados, além do presidente Barack Obama e congressistas.
O presidente da Câmara dos Deputados, Paul Ryan (Partido Republicano), fez um discurso com duras críticas à ascensão do ceticismo no país, ressaltando que a oração não é uma simples e abstrata meditação.
Segundo Ryan, existe uma “crescente impaciência com a oração”, pois o conceito de que ela é uma “noção abstrata que equivale a não fazer nada” se enraizou na sociedade.
“Você vê isso nos jornais ou no Twitter. Quando as pessoas dizem que estão orando por alguém ou por alguma causa, a atitude em alguns lugares parece ser: ‘Não basta orar; é preciso fazer algo sobre isso’. A questão é que quando você está orando, você já está fazendo algo sobre isso. Você está revelando a presença de Deus. Sempre que as pessoas estão em sofrimento ou mesmo quando elas estão prestes a assumir uma grande responsabilidade, elas sentem muita dor, se sentem sozinhas. ‘Como é que eu vou passar por isso?’; ‘Por que isso está acontecendo comigo?’; ‘Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?’”, ilustrou, segundo informações da Fox News.
Na sequência, o deputado eleito por sete vezes consecutivas para o mandato no Congresso afirmou que “não há nada mais reconfortante do que ouvir alguém dizer: ‘Eu estou orando por você’”, pois é nesses momentos que “você percebe que não está sozinho”.
“Deus está lá com você. E centenas, se não milhares, se não milhões de pessoas estão falando com Ele em seu nome. Eles não estão orando por alguma noção abstrata. Eles estão orando por você”, contextualizou, expressando o que significa e quão poderosa pode ser uma oração.
Católico, Ryan exortou os colegas legisladores presentes a atuarem na defesa da liberdade religiosa no país, pois elas simbolizam os direitos individuais, que segundo ele, “vêm de Deus”.
Ao final, disse que os cristãos apreciam a oração em um nível muito mais intenso e profundo por conta de sua fé em Jesus Cristo: “Nós acreditamos em Jesus Cristo, acreditamos que Deus desceu do céu e se tornou um homem – com um nome e um corpo – para que pudéssemos conhecê-Lo, pudéssemos começar a entender. Ele andou entre os pobres e humildes deste mundo e assim, poderia nos elevar a um novo patamar posteriormente. É um milagre. Ele nos inspira todos os dias e é por isso que devemos nos ‘regozijar sempre’, ‘orar sem cessar’, e ’em todas as circunstâncias, dar graças’”.
Obama
O presidente Barack Obama fez um longo discurso nesse que é seu último ano como presidente do país, e agradeceu a Deus pela oportunidade de estar com a esposa junto às demais autoridades e aos convidados.
Em sua reflexão, Obama disse que tem sido levado a meditar sobre o versículo 7 de II Timóteo (“Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação”) e destacou que é importante manter em mente as obrigações estipuladas por Deus e por Jesus a nós.
“Eu oro para que nossos líderes sempre ajam com humildade e generosidade. Eu oro para que meus fracassos sejam perdoados. Eu oro para que nós defendamos a nossa obrigação de sermos bons mordomos da criação de Deus – este belo planeta. Eu oro para que vejamos cada criança como as nossas, cada um digno do nosso amor e da nossa compaixão. E eu oro para que respondamos ao chamado das Escrituras para levantarmos pelos vulneráveis, levantarmo-nos para a justiça, e garantir que todo ser humano viva em dignidade. Essa é a minha oração para este café da manhã e para este país nos anos que estão por vir”, concluiu.