A expansão da música gospel no Brasil desperta interesse de empresários, gravadoras, novos artistas e do público em geral. O grande movimento financeiro que as canções religiosas protagonizam levou o estilo a integrar uma pesquisa sobre a música no Brasil.
Uma pesquisa feita pelo Ibope sobre tribos musicais descobriu que há uma estreita relação entre o funk carioca e a música gospel como um todo. A afirmação que num primeiro momento soa absurda, se explica pelo fato de que, embora em faixas etárias diferentes, o público dos dois estilos pertencem às mesmas classes sociais.
“A gente pode dizer que os roqueiros ouvirão MPB quando ficarem mais velhos, assim como os funkeiros que gostam de Anitta um dia ouvirão mais o gospel de Aline Barros”, afirmou Thiago Magalhães, assistente da pesquisa do Ibope em entrevista à revista Época.
O levantamento ouviu mais de 20 mil pessoas de todas as faixas etárias e classes sociais, e levantou um mapa do comportamento dos ouvintes de rádio no Brasil entre 2012 e 2013. A relação entre o funk e o gospel se dá nas classes sociais D e E, com formação escolar fundamental incompleta.
Entre os ouvintes do ritmo surgido nos morros do Rio de Janeiro, 38% tem entre 12 a 19 anos; 37% tem o ensino fundamental incompleto; e 14% destes pertencem às classes D e E.
Na música gospel, 23% tem entre 25 e 34 anos; 38% tem o Ensino Fundamental Incompleto e 17% pertencem às classes D e E.
A pesquisa ainda realizou uma averiguação de intercâmbio musical entre os fãs dos estilos, e descobriu que 38% dos ouvintes de funk também escutam música gospel, enquanto 22 % dos adeptos à música religiosa também curtem funk.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+