Um padre católico da Carolina do Sul é acusado de ter dito a seus paroquianos que eles não poderiam receber a comunhão se tivessem votado para Barack Obama nas eleições presidenciais do último dia 4. Isso porque o presidente eleito democrata apóia o aborto, e, segundo o padre, votar nele foi um ato de “cooperação material com a maldade intrínseca”.
O padre Jay Scott Newman disse em uma carta distribuída no domingo passado (9) na Igreje Católica de Santa Maria, em Greenville, que os paroquianos estariam colocando suas almas em risco se eles tomassem a comunhão antes de fazer penitência por causa do seu voto.
“Nosso país escolheu para chefiar seu executivo o mais radical político pró-aborto que servio no Senado dos EUA”, disse ele, referindo-se a Obama com seu nome completo, Barack Hussein Obama.
“Votar em um político pró-aborto quando existia uma alternativa plausível pró-vida constitui cooperação material com a maldade intrínseca, e os católicos que fizeram isso colocam-se fora da comunhão completa da Igreja de Cristo e sob julgamento da lei divina”, diz o texto. “Pessoas nessa condição não deveriam receber a Comunhão Sagrada até estarem reconciliados com Deus no Sacramento da Penitência, senão estariam comendo e bebendo sua própria penitência.”
Durante a campanha eleitoral americana deste ano, muitos religiosos falaram contra o aborto mais abertamente do que na campanha anterior, lembrando a políticos e eleitores católicos que a questão deveria ser a mais importante a ser considerada na formação de políticas públicas e na escolha de candidatos.
Em entrevista por telefone, o padre Newman disse que sua posição não é partidária e que, se o candidato republicano derrotado John McCain tivesse uma posição pró-aborto, teria tomado a mesma atitude.
A irmã Mary Ann Walsh, porta-voz da Conferência de Bispos Católicos dos EUA, disse que não tem conhecimento de igrejas tomando essa posição em reação à vitória de Obama.
Uma lei norte-americana de 1954 proíbe que as organizações isentas do pagamento de impostos, como é o caso das congregações religiosas, se envolvam em campanhas políticas e declarem apoio a um ou outro candidato.
Fonte: G1