Em 2017 serão completados 500 anos da Reforma Protestante, um marco na história do cristianismo que deu origem a uma das duas principais tradições religiosas dos cristãos ocidentais. Esse movimento surgiu de um rompimento que, a princípio soa como irreconciliável, mas o papa Francisco não se prende a isso em sua tentativa de reaproximação.
Em uma carta enviada pelo pontífice da Igreja de Roma às denominações protestantes Metodista e Valdense, da Itália, há o expresso desejo de que católicos e evangélicos se unam nos objetivos comuns de ambas as tradições.
A ideia de Francisco é que as diferenças teológicas entre católicos e protestantes “não impeçam que sejam encontradas maneiras de colaboração no âmbito da evangelização”, já que o “IDE” ordenado por Cristo abrange a todos.
Francisco diz ainda que os dois ramos do cristianismo precisam colaborar “no serviço aos pobres, aos doentes e aos migrantes e no cuidado da Criação”, e acrescentou que sempre se lembra dos irmãos protestantes em suas orações, pedindo a Deus “o dom de caminhar com sinceridade de coração em direção à plena comunhão”.
Para ele, a aproximação entre católicos e evangélicos permitiria a ambos “testemunhar de modo eficaz Cristo à inteira humanidade, indo juntos ao encontro dos homens e mulheres de hoje para transmitir-lhes o coração do Evangelho”, segundo informações da Rádio Vaticana.
A maneira para que esse objetivo seja alcançado pede uma ação sobrenatural, segundo o papa, que revelou que sempre “invoca o Espírito Santo para que nos ajude a viver essa comunhão que precede a cada contraste”.
O papa Francisco surpreendeu o mundo cristão ao dizer, recentemente, que Martinho Lutero não estava errado quando propôs a Reforma, e que hoje, católicos e protestantes “estão de acordo na doutrina da justificação”.
Ao longo dos últimos séculos, a Igreja Católica deu passos em direção aos temas reclamados por Lutero, não sem antes ter encampado uma verdadeira guerra em perseguição aos protestantes. Por isso, em 2015 Francisco fez uma visita à Igreja Valdense e pediu perdão pela perseguição religiosa no passado, e frisou que sua ambição é ver católicos e protestantes vivendo numa “diversidade reconciliada”.