Em 2013, o papa Francisco disse que não faria julgamentos sobre os homossexuais e acrescentou que a Igreja deveria recebê-los em seu convívio. De forma velada, reiterou o que a Bíblia prega: quem convence do pecado é o Espírito Santo. Agora, o líder católico voltou ao assunto, reiterando sua indisposição a julgar, mas pontuando que “os cristãos podem mostrar o caminho” aos homossexuais.
À época da primeira declaração, uma reação apressada de ativistas gays tentou imprimir a imagem de um papa conivente com a prática homossexual. Francisco foi eleito personalidade do ano por uma entidade militante LGBT e, por outro lado, severamente criticado por cristãos mais conservadores.
No entanto, por ocasião do lançamento do livro “O Nome de Deus é Misericórdia”, a história foi novamente abordada. De acordo com o site católico Crux, o papa explicou a frase “se alguém é homossexual, procura o Senhor e tem boa vontade, quem sou eu para julgar?” dizendo que na ocasião, simplesmente sintetizou o conceito do catecismo da Igreja Católica.
Indo mais a fundo, Francisco afirmou que é compassivo e compreensivo, favorável à inclusão dessas pessoas na comunidade cristã, mas totalmente contrário à mudança dos ensinamentos tradicionais sobre o tema.
“Você pode aconselhar [os homossexuais], orar, mostrar boa vontade, mostrar-lhes o caminho e acompanhá-los ao longo dele”, explicou, antes de acrescentar: “A Igreja não existe para condenar as pessoas, mas para trazer um encontro com o amor visceral da misericórdia de Deus”.
Segundo o Christian Post, o papa destacou que “a misericórdia é o primeiro atributo de Deus” e tratou de se posicionar contrariamente ao que classificou como “uma adesão formal às regras e esquemas mentais”.
O esclarecimento da declaração dada pelo papa em 2013 vai de encontro a uma afirmação feita por ele em setembro do mesmo ano, quando a primeira ainda repercutia. Na ocasião, Francisco frisou que os ensinamentos tradicionais do cristianismo – e da Igreja Católica – sobre a homossexualidade, assim como o aborto, devem ser mantidos, acrescentando que a mensagem do Evangelho é maior que isso: “Não podemos insistir apenas em questões relacionadas ao aborto, casamento gay e ao uso de métodos contraceptivos. Isso não é possível […] Eu não tenho falado muito sobre essas coisas e fui repreendido por isso. Mas quando falamos sobre essas questões, temos que falar sobre elas em um contexto”, concluiu, à época.