Entre os cristãos, a certeza de que o jejum e a oração são armas eficazes contra as dificuldades é ampla, e não são poucos os testemunhos que corroboram isso. Ciente disso, o presidente da Zâmbia pediu aos cidadãos que orassem e jejuassem para que a nação supere as crises econômica e de energia.
O presidente Edgar Lungu, preocupado com o preço dos alimentos, que vem subindo de forma inédita, e com a desvalorização do kwacha, a moeda do país, lembrou que buscar a Deus pode ser a única solução para a crise, e ordenou um dia nacional de oração.
“Deus é um Deus de milagres e, se pedirmos, Ele nos abençoará e o kwacha será restaurado à sua antiga força e os preços dos bens devem novamente ir para seus antigos patamares”, disse o bispo Simon Chihana, presidente da Sociedade Internacional de Igrejas Cristãs na Zâmbia, em entrevista à Agência France Presse. “Vamos orar a Deus para ter misericórdia de nós. Deus fez isso antes e Ele pode fazê-lo novamente”, acrescentou.
Boa parte da crise no país se deve à queda no preço do cobre, principal matéria-prima de exportação da Zâmbia.
No entanto, a sugestão do presidente tem sido considerada como uma medida inútil e que demonstra falta de habilidade administrativa. “Jejuar e orar para que; por um milagre econômico que aconteça ou o que?”, questionou o chefe Ntambu, governador de uma província do país.
Aproveitando o gesto do presidente para capitalizar politicamente, o governador afirmou que a população quer medidas concretas para recuperar a economia do país: “Foi Deus quem causou esses sofrimentos para você se voltar a Ele e dizer: ‘Não, você tem feito isso e isso e nós queremos que você reverta sua decisão?’”, questionou.