O extremismo muçulmano promovido pelo Boko Haram na Nigéria passará a ser combatido, diretamente, pelas Forças Armadas dos Estados Unidos, após decisão do presidente Barack Obama.
A iniciativa pode ser reflexo da postura protagonista da Rússia na luta contra o Estado Islâmico na Síria e no Iraque. Até então, os Estados Unidos vinham liderando as ações, sem muita eficácia.
Agora, como forma de demonstrar preocupação com a perseguição religiosa a cristãos e o compromisso de combate ao terrorismo, Obama anunciou que serão enviados 300 militares para Camarões, onde ficarão baseados para iniciar operações de inteligência, vigilância e reconhecimento.
De acordo com uma nota publicada pela Casa Branca, 90 pessoas já foram deslocadas para Camarões, com o propósito de ajudar na autodefesa do país contra o Boko Haram.
Segundo informações da Agência Brasil, um alto funcionário do governo dos Estados Unidos relatou à Agência France Presse que a ação militar é um primeiro passo para lutar contra o Boko Haram, que tem usado a mesma estratégia do Estado Islâmico e ampliado suas áreas de ação para países fronteiriços com a Nigéria.
No dia 11 de outubro, por exemplo, dois atentados suicidas planejados pelo Boko Haram terminaram com a morte de nove pessoas e ferimentos a outras 29 na região norte de Camarões. Na ocasião, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon condenou os ataques e lembrou que outros 15 atentados semelhantes ocorreram na região somente nos últimos quatro meses.
O Boko Haram pretende transformar a Nigéria em um califado, e já anunciou que planeja exterminar os cristãos – que são maioria – do país. Dentre as principais barbaridades que o grupo extremista comete está o sequestro de meninas cristãs para servirem de escravas sexuais de seus combatentes.