Uma pesquisa feita no país indica que mais de 40% da população indonésia está pronta para usar de violência contra os que são vistos como uma ameaça ao islã.
O resultado da pesquisa do Centro para Estudos Sociais e Islâmicos, ou PPIM, demonstrou que 0,1% dos pesquisados admitiram participar de ataques a igrejas cristãs que funcionam sem licença oficial, enquanto 1,3% tinham usado de “intimidação” contra aqueles que eles acreditam ter blasfemado contra o islã.
“A porcentagem parece muito pequena, mas é bastante elevada se levarmos em consideração que 85% – ou 200 milhões em um país de 230 milhões de habitantes – são muçulmanos”, declarou ao “The Jakarta Post” o pesquisador do PPIM, Jajat Burhanudin.
O estudo entrevistou 1.200 pessoas em 30 das 33 províncias indonésias, e foi realizado entre 2001 e 2006.
Facilitando o terrorismo
De acordo com os resultados, 43,5% estão prontos para começar uma guerra contra a ameaça não-muçulmana, 40% usariam de violência contra os blasfemos; enquanto 14,7% disseram que destruiriam igrejas que não possuem licença.
“Isso tem ajudado os terroristas a recrutar facilmente novos militantes e torna o país um solo fértil para o radicalismo sectário”, afirmou Jajat Burhanudin.
Ele disse que um estudo sobre as razões para tais atitudes concluiu que os ensinos islâmicos e a islamização contribuíram significativamente com a violência doméstica e pública na Indonésia, algo que outros estudiosos negam.
“Quanto mais os muçulmanos apoiarem certos ensinos islâmicos que legitimam o uso da violência, mais violência haverá”, afirmou.
Jajat Burhanudin disse que entre 30% e 59% dos pesquisados aprovaram a amputação das mãos como pena para roubo, morte por apedrejamento para estupradores e outras punições características da tradicional lei islâmica.
Fonte: PortasAbertas.org.br