“Nesta história baseada em fatos reais, o pastor Carlton Pearson arrisca tudo ao questionar a doutrina da igreja e acaba sendo taxado de herege”. A sinopse oficial do filme A Caminho da Fé, da Netflix, resume bem a polêmica em torno do longa-metragem exclusivo da plataforma de streaming.
Nesse contexto, o pastor Ernane W. Léo, da Igreja Batista da Lagoinha no bairro Santa Mônica, em Belo Horizonte (MG), fez duras críticas ao filme, apontando as heresias que são apresentadas na embalagem de uma cinebiografia.
O filme narra a vida do pastor Carlton Pearson, interpretado pelo ator indicado ao Oscar Chiwetel Ejiofor (12 Anos de Escravidão). Segundo Léo, o filme traz uma mensagem de universalismo, a doutrina antibíblica que diz que todos os homens serão salvos em virtude da bondade de Deus.
A Netflix é uma empresa que vem, a cada produção exclusiva, alfinetando o cristianismo e promovendo visões de mundo em concordância com filosofias como humanismo, secularismo e progressismo.
O pastor Léo afirmou que, ao ver a chamada para o filme, acreditou que tratava-se de uma obra cristã, mas descobriu estar enganado sobre suas expectativas.
“A princípio eu pensei que esse filme fosse efetivamente uma história cristã, um exemplo de vida prática para a igreja dos dias de hoje. Eu assisti esperando uma mensagem que me levasse uma nova compreensão de fé em Cristo, porém o que eu constatei depois é que na verdade eles fazem uma justificativa do erro. O filme é uma justificativa do erro, porém mal feita e contraditória”, disse o pastor.
Em resumo, o longa-metragem se concentra a narrar a jornada de Pearson quando ele, abalado pelo sofrimento no continente africano, começa a questionar sua fé bíblica. A partir desse ponto ele passa pregar uma mensagem construída a partir de uma “releitura” da Bíblia Sagrada.
“O filme apresenta o cristianismo com ponto de vista totalmente dogmático, em que Deus é aquele homem de barba todo poderoso que você tem que ter medo dele. Porque ele pode te condenar por causa dos teus erros. Esse é o Deus que eles apresentam e esse não é o Deus do cristianismo. O nosso Deus é um Deus de amor e de paz, mas também é um Deus de justiça. Nós não devemos confundir temor com medo”, resumiu o pastor Léo.
“Jesus morreu para todos, então todos estão salvos? A questão é que existe qualquer tipo de conversa e existem argumentos, verdades. Nós precisamos saber diferenciar o que são argumentos e o que são verdades. Jesus morreu por todo mundo. É um argumento. Mas não são todos que serão salvos”, acrescentou.
Assista à pregação do pastor da Igreja Batista da Lagoinha (IBL) sobre as heresias do filme:
Confira o trailer do filme: