RIO – O candidato a prefeito do Rio Fernando Gabeira (PV/PSDB/PPS) passou o dia nesta quarta-feira na Zona Oeste em encontros com evangélicos e chegou a pedir que orassem para que tudo corra bem em sua candidatura.
Em Campo Grande, de manhã, Gabeira se reuniu com 40 pastores da Igreja Reina, da Assembléia de Deus, além de presbiterianos, batistas e representantes da Pioneer Church, de Londres, do pastor Martin Scott. À tarde, visitou a Assembléia de Deus Ministério da Restauração, na Favela do Taquaral, e recebeu apoio dos religiosos.
Na reunião da manhã, Gabeira chegou a ter seus desafios de campanha comparados aos que Moisés enfrentou no Egito. Martin Scott evocou o profeta para apoiar o candidato:
– É muito difícil fazer comparações. Não somos as pessoas da Bíblia, mas há uma comparação, creio, entre o senhor e aquilo que Moisés passou, porque ele se inquietou muito com a pobreza que viu na época. E atravessou uma temporada de ser mal compreendido, uma temporada de exílio, mas voltou para seu povo. Ele ficou relutante e teve dificuldade para aceitar aquele chamado. Não estou dizendo que o senhor é como ele, mas é uma comparação.
Gabeira depois admitiu que há semelhanças entre o seu momento e o que Moisés viveu no Egito para libertar os hebreus:
– De fato, Moisés esteve no exílio e eu também estive. De fato, Moisés voltou para servir a seu povo, e eu estou aqui para servir a meu povo. São elementos comuns, mas ele não me comparou a Moisés.
O pastor Dione dos Santos, que mantém a Assembléia de Deus Ministério da Restauração de forma independente no Taquaral, recebeu Gabeira com um vídeo que exibia imagens fortes de jovens baleados e mortos por causa do tráfico de drogas. Dione explicou que faz um trabalho de libertação dos jovens para que saiam da criminalidade.
‘Não podemos colocar todos os evangélicos no mesmo plano’
Gabeira disse que, assim como os evangélicos, também é vítima de preconceito e tem afinidade com os religiosos.
– Há preconceito contra religiões e contra indivíduos. Não vou detalhá-los porque, quanto mais você fala de preconceito, é pior. Mas temos afinidades. Há hoje um avanço muito grande do movimento evangélico e uma capacidade de se integrar com novas propostas políticas. Não podemos colocar todos os evangélicos no mesmo plano.
Na pesquisa do Datafolha divulgada logo após o primeiro turno, Eduardo Paes (PMDB) vencia entre os evangélicos pentecostais (45% a 32%) e não-pentecostais (42% a 35%). Entre os católicos, a vantagem de Paes é menor: 44% a 43%. Gabeira vence entre kardecistas e espíritas (61% a 29%) e entre umbandistas e adeptos de outras religiões afro (48% a 38%).
Fonte: O Globo Online