O abuso físico da parte de um dos cônjuges não é uma razão bíblica para o divórcio, diz um pastor da Igreja Saddleback no sul da Califórnia.
Tom Holladay, pastor na mega igreja fundada pelo autor de sucesso Rick Warren, diz que a Bíblia fala apenas de dois casos em que o divórcio é aceitável: abandono e um caso com traição física.
“Tendo-me envolvido, enquanto pastor, em várias situações de abuso, gostaria que houvesse uma terceira [razão] nas Escrituras”, disse Holladay numa mensagem áudio postada no site da Igreja Saddleback. “Uma parte de mim gostaria que houvesse um versículo bíblico que diz: ‘Se eles abusarem deste tipo de forma, então você tem o direito de os deixar'”.
Abuso físico, definiu ele, é alguém “literalmente” bater noutra pessoa regularmente.
“Não me refiro a eles agarrarem em si uma vez. Refiro-me a eles terem feito, de lhe bater regularmente, um hábito”, esclareceu ele.
Mas apesar de Holladay acreditar que o divórcio não é uma opção bíblica em casos de violência doméstica, ele recomenda fortemente o casal a separar-se. Durante a separação, o casal deverá submeter-se a aconselhamento e tentar consertar o casamento, disse ele.
“A separação combinada com aconselhamento têm comprovado proporcionar cura na vida das pessoas”, disse o pastor, notando que a sua igreja, Saddleback, oferece um programa desses.
“Não existe nenhum sítio na Bíblia que diz que você deve tolerar o abuso”, realçou. Não existe nenhum sítio que diz que é uma “atitude de submissão deixar que alguém abuse de si.”
Será lógico pensar que o divórcio irá oferecer uma fuga da dor, reconheceu o pastor, mas na realidade não é assim. A dor de um casamento quebrado continua para o resto da vida de uma pessoa.
Depois de um divórcio, há uma “libertação imediata” em relação à dor e as pessoas poderão pensar que a liberdade e a alegria estão a voltar às suas vidas. Mas a longo prazo, a dor reaparece cada vez que os dois ex-cônjuges lidam com as crianças ou comunicam. E até mesmo acontecimentos num novo casamento poderão despoletar memórias dolorosas.
Holladay recomenda, em vez da “solução a curto prazo” de um divórcio que envolverá dor a longo prazo, as pessoas devem sofrer “dor a curto prazo” e encontrar “a solução de Deus” para “ganhar a longo prazo.”
O pastor explicou que Deus compreende a dor de um casamento difícil. A nação de Israel é descrita na Bíblia como a noiva de Deus, mas as Escrituras também exprimem em grande detalhe a dor de Deus enquanto Israel se tenta divorciar do seu marido espiritual.
Através da Bíblia, as pessoas podem ver que Deus compreende a dor de um casamento doloroso e pode dar conforto, força, perspectiva e sabedoria àqueles que também estão a sofrer com uma relação assim, disse o pastor.
“Será que Deus espera que nós vivamos com esta dor? Não”, afirmou Holladay. “Eu acho que ele espera que nós lhe peçamos sabedoria para fazer as coisas que farão com que a dor comece a ser resolvida. Ele diz que somos um e enquanto Cristãos, enquanto crentes, a Bíblia diz que o marido se deve sacrificar pela sua esposa e a esposa deve respeitar o seu marido.”
“Portanto, se isso não estiver a acontecer”, prosseguiu ele, “Acho que você tem não só o direito, mas também a responsabilidade de continuar a esforçar-se por levar as coisas nesse sentido, para não ficar apenas pela dor.”
Para aqueles que tiveram um divórcio antes de aceitar Cristo como seu salvador, Holladay disse que Deus não lhes pede contas por isso porque a pessoa não sabia que isso era errado. E para aqueles que se divorciaram do seu cônjuge depois de se tornar crentes, ele disse que alguns deles iriam refletir que o divórcio parecia ser a coisa correta a fazer na altura, mas agora parece ser mais uma resposta egoísta do que qualquer outra coisa. Para essas pessoas que admitem ter feito uma escolha errada, ele observou que elas devem saber que Deus perdoa o pecado.
Fonte: Christian Today Portugal e Gospel+