A Copa do Mundo 2014 será, para a maioria dos brasileiros que gostam de futebol, uma oportunidade de torcer pela Seleção em casa, sepultando a lembrança do torneio de 1950, quando o Uruguai calou o Maracanã. No entanto, para o pastor Renato Vargens, blogueiro e dirigente da Igreja Cristã da Aliança, essa será uma oportunidade de torcer contra.
Vargens publicou um artigo com seis motivos para adotar essa postura, e afirmou que “em época de Copa do Mundo a pátria calça chuteiras e o país se veste de verde e amarelo movido por um patriotismo ocasional cantando aos quatro cantos deste vasto território o orgulho de ser brasileiro”.
Apesar dessa crítica, a motivação do pastor está nos problemas sociais que assolam o país: “Antes que eu alguém me acuse de anti-patriotismo é preciso afirmar que além de gostar de futebol, eu em copas anteriores, já torci pela seleção brasileira, contudo, devido ao caos social, econômico e político instalado no Brasil, resolvi torcer para que o ‘scratch’ canarinho seja eliminado na Copa de 2014”.
A política, segundo o pastor, está ocupada por pessoas que usam a paixão brasileira como ferramenta de dominação das massas: “Não precisa ser sociólogo para discernir que o futebol tem sido usado nas últimas décadas pelos políticos brasileiros como um instrumento de manipulação ideológica e social. Foi assim na década de 70 com Médici, e tem sido assim com Lula, Dilma e seus petralhas, bem como com aqueles que os antecederam. Lamentavelmente esse maravilhoso esporte, amado por bilhões de pessoas em todo mundo tem sido usado pelos políticos tupiniquins como um perverso instrumento de entretenimento onde o que mais importa no final é desviar a atenção do cidadão dos reais problemas do país”, aponta Vargens.
“Isto posto, elenco 06 motivos porque torcerei para que o Brasil perca a Copa do Mundo: Para que o governo do PT não iluda o sofrido povo brasileiro com a funesta política de pão e circo; Para que o povo brasileiro entenda que futebol e Copa do Mundo são muito menos importantes do que políticas públicas sérias; Para que o povo brasileiro não seja tomado pela euforia da conquista de um título mundial e esqueça os graves problemas nacionais; Para que o povo brasileiro não seja iludido por uma conquista esportiva que por si só não poderá promover mudanças sociais no país; Para que um título mundial não sirva como massa de manobra na eleição e reeleição de políticos inescrupulosos; Para que o povo brasileiro cobre do poder público explicações relativas aos milhões gastos na construção de estádios de futebol, bem como o descaso para com a educação, saúde, transporte e muito mais”, listou o pastor.
A Copa do Mundo organizada pela Fifa este ano no Brasil já vem sendo alvo de protestos sociais em diversas cidades, incluindo as capitais que receberão jogos da competição. O atraso nas obras de infra-estrutura, o aumento inescrupuloso dos custos e as suspeitas de superfaturamento nos gastos públicos com a organização do evento são as maiores críticas ao evento.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+