O ministro Gilberto Carvalho (PT), titular da Secretaria Geral da Presidência da República recebeu líderes de igrejas evangélicas nacionais históricas para uma reunião em Brasília e reconheceu a relevância do trabalho que essas instituições realizam no país há décadas.
Participaram da reunião líderes das direções nacionais das igrejas Metodista do Brasil, Presbiteriana Independente, Convenção Batista Nacional, Luterana do Brasil, Presbiteriana do Brasil, Exército da Salvação, Presbiteriana Unida, Associação de Missões Transculturais do Brasil e da Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure).
O ministro, que no passado afirmou que o PT precisava disputar a influência na Classe C com as igrejas evangélicas, dessa vez disse que o governo tem interesse em fortalecer a relação com as igrejas para aumentar “a cooperação para cuidar do povo que mais precisa”.
De acordo com informações do Portal Brasil, Gilberto Carvalho reconheceu que para o Estado funcionar de maneira eficaz, o governo não pode monopolizar a cidadania: “Estamos tratando da incapacidade do Estado de cuidar de tudo. Há convergência de ideais e projetos entre o trabalho que vocês realizam e aquele que nós desenvolvemos aqui”, disse o ministro aos líderes evangélicos.
Durante a reunião, Carvalho explicou detalhes do projeto do novo Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil (OSCs), que vem tramitando no Congresso Federal e conta com apoio do governo. Esse item da pauta da reunião era considerado importante porque grande parte das igrejas executam trabalhos sociais através de organizações não governamentais e sem fins lucrativos. “Queremos estimular diálogos e parcerias. Queremos que as igrejas, sem se partidarizar, possam ser uma voz mais ouvida, e que assim sejam estimuladas a ampliar sua ação em benefício do nosso povo”, argumentou o ministro.
O ministro ouviu também os líderes evangélicos expressarem sua preocupação com o novo Plano Nacional da Educação (PNE), e pediram que o conteúdo do projeto seja voltado para valores e não ideologias.
Sobre isso, Gilberto Carvalho demonstrou um discurso flexível: “O governo não deve ditar o rumo da sociedade, não pode ser ditador para a sociedade, querer impor temas em debate. Mas temos que criar mecanismos que facilitem e ampliem o debate”.
Os líderes evangélicos também solicitaram que a pasta de Carvalho intermedeie um acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai) para permitir às igrejas manter e ampliar o trabalho missionário junto às tribos indígenas.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+