A erupção de um vulcão na Nova Zelândia causou grande calamidade e deixou inúmeras vítimas com ferimentos de queimaduras. Um pastor e sua filha, que estavam nas redondezas do incidente, agora estão sendo notícia pela atuação de auxílio à população no momento de desespero.
Geoff Hopkins, 50 anos, e sua filha, Lillani, 20, forneceram ajuda médica aos feridos pela erupção do vulcão em White Island, na última segunda-feira, 09 de dezembro. Eles haviam viajado ao país em turismo, e no momento do incidente eles estavam deixando a ilha em um barco.
De acordo com informações do portal The Western Journal, o pastor e sua filha haviam ido à ilha justamente para conhecer o vulcão. O comandante do barco de turismo imediatamente voltou ao porto para resgatar as pessoas que estavam no local, já que muitos se atiraram na água para nadar e fugir da morte certa.
Em entrevista à CNN, o pastor recordou os gritos de “pânico” de 23 vítimas de queimaduras quando foram trazidas a bordo do barco: “‘Me tire daqui. Estou queimando. Estou queimando'”, disse Hopkins, repetindo os gritos das vítimas. “Muitas pessoas estavam de short, camiseta, então seus rostos, braços, mãos, pernas [foram queimados]. Pele caindo e pendurada nos queixos. Dos dedos. Dos cotovelos”, contou.
Assim, o pastor e sua filha – que têm treinamento apenas em primeiros socorros – logo se viram como socorristas em uma grande crise médica, ajudando a tripulação a manter as pessoas vivas até que chegassem à costa.
“Havia 23 pessoas que tinham suas vidas em nossas mãos”, disse Lillani. ”Foram provavelmente as duas horas mais longas da minha vida”, acrescentou a jovem, que concluiu um curso de primeiros socorros básicos para trabalhar com crianças.
Em vez de distribuir band-aid’s e remédios para tosse, Lillani se viu imersa em triagem, determinando quais lesões eram as mais fatais e colocando etiquetas verdes, laranja e amarelas nas vítimas corpos de acordo com a gravidade.
Muitas vítimas começaram a entrar e sair do estado de consciência, outras entraram em choque com a pele empolada e descascada. Lillani foi designada para ficar e ajudar duas pessoas, enquanto o pai cuidava de outras cinco.
“Tivemos que limpar as pessoas. As línguas das pessoas estavam queimadas, tivemos que limpar as vias aéreas e os olhos”, relembrou Lillani, que descreveu a última parte da viagem de volta à costa como a mais angustiante, pois nada mais podia ser feito pelas vítimas, exceto confortá-las na espera do fim do trajeto.
“Nos últimos 10 minutos, ficamos sem água fresca e não havia nada que eu pudesse fazer além de estar com eles. Então, estava apenas tentando tranquilizar as pessoas que a ajuda estava a caminho, que elas ficariam bem… E apenas mantê-las vivas”, disse ela. “Muitas pessoas estavam apenas gritando e chorando [durante todo] o caminho de volta”.
Das 23 vítimas de queimaduras a bordo, 5 morreram poucas horas depois de chegar à costa. Quarenta e sete pessoas estavam na ilha no momento da explosão e oito foram confirmadas mortas. Os sobreviventes estão sendo tratados em quatro unidades especializadas de queimadas na Nova Zelândia, todas lotadas após a erupção do vulcão em White Island.
Dad and Daughter Sprung Into Action to Save Burned Volcano Victims: ‘Lives’ Were ‘In Our Hands’ https://t.co/sfSY4hC8Cn
— People (@people) December 12, 2019