Uma stripper que deixou o ministério como pastora em uma megaigreja nos Estados Unidos afirmou que nunca foi feliz enquanto exercia o sacerdócio. Agora, ganha aproximadamente US$ 100 mil como dançarina erótica por mês, está divorciada e afirma ter encontrado sua vocação.
Criada em uma família evangélica, Nikole Mitchell foi convidada ainda jovem para se tornar pastora na igreja que frequentava, e apesar disso, os atritos com os familiares se tornaram fonte de amargura.
“Aprendi que as mulheres não podem liderar e que as mulheres devem estar na cozinha e com as crianças. Portanto, embora isso fosse contra tudo o que me disseram, decidi me tornar [pastora] por causa do meu amor por me apresentar”, contou a ex-pastora.
Nikole revelou que ela e o marido visitaram a Woodland Hills Church em 2011, uma megaigreja na cidade de St. Paul, em Minnesota (EUA), e ficou entusiasmada com o discurso de “igualdade de gênero” pregado. “Fiquei pasma”, disse ela.
“Um dos meus pastores disse ‘Nikole, você percebeu que é teóloga? E eles disseram: ‘Gostaríamos que você fosse um de nossos pastores’. Estar no palco na frente de milhares de pessoas – era isso que eu sonhava há anos”, contou, admitindo que sua motivação era estar no centro dos holofotes.
Ansiosa por subir na hierarquia, Nikole Mitchell conseguiu uma vaga como pastora dos cultos semanais em 2016, enquanto conciliava o papel de esposa e mãe de três filhos.
No final de 2016, Nikole Mitchell foi a uma apresentação de teatro voltada para LGBTs, e isso despertou dúvidas nela: “Eu estava tipo, ‘Oh meu Deus, eu não acho que sou hétero’ e isso abalou meu mundo. Eu sabia que se revelasse minha estranheza, perderia tudo porque a igreja não acolhe pessoas queer”.
Sentindo que estava vivendo uma vida dupla, ela decidiu manter seus impulsos bissexuais em segredo. Em 04 de julho de 2017, quando teve sua primeira oportunidade de pregar em um culto de final de semana, ela decidiu deixar a igreja para sempre: “Eu simplesmente nunca apareci de novo”, contou.
Meses depois, gravou um vídeo no YouTube, explicando como se sentia e quais eram os motivos de ter abandonado o ministério que vinha construindo. Agora, rejeita a doutrina cristã sobre a queda do homem: “Desde muito jovem, eu fantasiava ser uma stripper. Mas fui doutrinado a acreditar que meus desejos e meu corpo eram pecaminosos e maus por natureza”, disse a dançarina em entrevista ao NY Post.
“Comecei a seguir a esposa do meu coach [no Instagram] que estava fazendo modelagem de lingerie. Eu fui meio desencadeada por isso… mas também fui magneticamente atraída por ela”, declarou. Ciente de que iria mergulhar nos desejos carnais, se inscreveu num curso de dança erótica: “Tratava-se de expressar seu eu sexy e esse era o elemento fundamental de que eu precisava”, disse.
Em seguida, ela contratou um fotógrafo para fazer sua primeira sessão de fotos nuas. “Chorei porque nunca me senti mais santa e sagrada em minha vida. Nunca me senti mais sexy e livre do que antes”, afirmou a ex-pastora, que em seguida criou uma conta em uma plataforma de entretenimento adulto e passou a publicar fotos e vídeos explícitos e recebe muito dinheiro em troca.
“Eu comecei muito tímida como apenas fotos de topless, mas agora estou no ponto em que levo pedidos pessoais e faço vídeos sob medida para os desejos específicos das pessoas”, disse Nikole Mitchell, que também trabalha como coach e oferece cursos de autoajuda. “Estou num ponto que, em março, recebi vários milhares de dólares para fazer sexo com alguém, e eu estava OK com isso, mas então o COVID bateu e ele foi cancelado”, acrescentou.
Ela se mudou para Los Angeles em agosto de 2019 e se divorciou do marido em junho deste ano, e agora se considera feliz: “Cada pessoa tem o direito de se expressar da maneira que for melhor para ela e é assim que isso é bom para mim”, disse ela, que considera o ato de ficar nua para as fotos como algo sagrado: “Minha sexualidade é incrivelmente curativa e sagrada. E quando eu dou este presente às pessoas, isso as abençoa”.