O caso recente de afastamento do pastor Luiz Sayão para cuidar da saúde após complicações de um acidente vascular cerebral (AVC) despertou, mais uma vez, a preocupação sobre o grau de estresse ao qual são submetidos os pastores em geral.
Sayão – um dos acadêmicos teológicos brasileiros de maior conhecimento do hebraico, idioma original do Antigo Testamento – usou as redes sociais para relatar as complicações de saúde pós infecção de covid-19 anos atrás e um recente AVC, e anunciou o cancelamento de todas as suas agendas para se recuperar.
O caso de esgotamento do pastor da Igreja Batista Nações Unidas é um exemplo do que foi constatado pelo estudo Greatest Needs of Pastors de 2022 da Lifeway Research, que constatou que 75% dos pastores dizem que estão extremamente estressados e 90% relatam que trabalham entre 55 e 75 horas por semana.
Em uma entrevista à emissora Christian Broadcasting Network (CBN News), um pastor ouvido sobre a rotina de trabalho na igreja afirmou que mesmo os líderes religiosos precisam “ser sábios com o chamado de Deus” para ter certeza que o cumprimento do dever “não nos esmague”.
Joshua Smith, que dirige a Igreja Light Elk Grove, disse ainda que há a necessidade de que um pastor saiba distribuir responsabilidades entre os líderes das congregações: “Sabemos que o fardo de Deus é leve, mas também precisamos orar por um espírito de sabedoria para que possamos delegar algumas dessas tarefas para as quais Deus não nos chamou”.
Negar a necessidade de descanso é um erro que não se pode cometer, alertou Smith: “Você e eu precisamos saber em que graça andamos para não carregarmos um fardo que não fomos projetados para carregar. Também precisamos estar bem em sermos humanos e vulneráveis. Precisamos descansar. Precisamos recarregar”.
No âmbito espiritual, o pastor Smith vê a ação satânica para desgastar os pastores e dessa forma atrapalhar comunidades inteiras: “Em Coríntios, Paulo diz que há uma porta de ministério, uma porta larga e eficaz, mas ele disse que há muitos adversários. Então, não há apenas a atração de viver a vida e cuidar dos negócios, mas também há uma guerra espiritual”.
“Onde quer que haja uma porta, há uma guerra. Então o diabo está guerreando contra almas. Como um homem de Deus e como uma mulher de Deus, estamos conectados a grupos de pessoas, estamos conectados a igrejas e estamos conectados a comunidades inteiras. Se ele puder nos desgastar, ele destruirá comunidades inteiras”, alertou.