Um selo feito da pedra ametista, identificado como sendo da era do Templo construído por Salomão, foi encontrado na Cidade de Davi, em Jerusalém.
O selo estava entre terras extraídas da escavação feita em uma área onde estava a fundação do Kotel, o muro ocidental do Monte do Templo.
De acordo com os especialistas, o selo era usado como um anel e traz a imagem de um pássaro – que pode ser um pombo – ao lado da retratação de um galho com flores e frutos, que pode ser uma referência à planta perfumada do caqui, que era um dos ingredientes usados no incenso produzido para o Templo.
A planta representada era cara e usada na produção de remédios, pomadas e perfumes. Já o selo, feito de uma pedra ametista lilás, tem 10 mm de comprimento, 5 mm de largura e 7 mm de espessura.
De acordo com o portal israelense Hidabroot, o selo foi encontrado durante o projeto de peneiração de solo extraído da Cidade de Davi no Parque Nacional do Vale Zurim. A escavação foi supervisionada pelo arqueólogo Eli Shukron, da Autoridade de Antiguidades de Israel e da Cidade de Davi no Muro das Lamentações.
“Esta é uma descoberta importante porque é a primeira vez que um selo foi descoberto no mundo com uma descrição da preciosa e famosa planta sobre a qual só podíamos ler em fontes e descrições históricas”, afirmou Shukron.
Estudiosos da Bíblia apontam, segundo informações do GodTV, que o caqui está na lista de presentes dados pela rainha de Sabá ao rei Salomão.
Outra referência história da presença da planta na região é o relato do historiador Flávio Josefo, que registrou um pomar de caqui dado de presente pelo imperador Marco Antônio à sua mulher, Cleópatra.
Os pesquisadores afirmaram que “no final do período do Segundo Templo, o uso de selos de pedra se expandiu e se tornou mais comum, mas na maioria dos selos descobertos até agora com descrições de plantas, é comum encontrar plantas que eram comuns na Terra de Israel na época: vinhas, tâmaras e azeitonas, que pertencem às sete espécies”.
“Examinando o selo, notamos imediatamente que a fruta que aparece nele é diferente de qualquer uma das frutas que encontramos até agora”, comentou o professor Shua Amorai-Stark, acrescentando que “a pomba é um símbolo positivo nos mundos helenístico, romano e judaico, [pois] simboliza riqueza, felicidade, bondade e sucesso”.
Ele ainda observou que a gravação no selo feito em pedra ametista pode atestar a identidade da pessoa que usava o anel:
“Se é realmente o famoso e caro fruto do caqui, então é provável que o dono da peça fosse um judeu com recursos, visto que a produção e o comércio que ocorriam em torno da planta do caqui eram controlados naquela época por judeus que viviam na bacia do Mar Morto, onde a fruta foi cultivada. É possível que o dono da foca fosse uma pessoa com pomar para o cultivo de caqui”, reiterou Amorai-Stark.