A fé é vista pelo brasileiro como a arma mais importante para vencer as adversidades sociais que o país enfrenta segundo dados colhidos pela pesquisa “Nós e as desigualdades”, feita pelo instituto Datafolha em parceria com a ONG Oxfam Brasil.
O foco do estudo é a percepção do brasileiro sobre o que é necessário para vencer a desigualdade social. Surpreendentemente, a fé foi apontada como um fator tão importante pelos entrevistados na pesquisa que ficou à frente do quesito educação.
O levantamento, feito pela segunda vez, entrevistou 2.086 pessoas. Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, dentre as prioridades que levariam a uma melhora de vida apontadas pelos entrevistados, a fé foi apontada como principal por 28%, seguido por “estudar” (21%) e “ter acesso à saúde” (19%). Em último lugar, “cultura e lazer” foi apontado por 2%.
Por outro lado, a pesquisa evidenciou que os brasileiros compreendem que ter maior renda, pura e simplesmente, não é um fator percebido como algo prioritário para que se possa viver uma vida melhor. No grupo de entrevistados com renda de até um salário mínimo, a ideia de “ganhar mais dinheiro” é primeira prioridade para apenas 7% deles, enquanto apenas 14% dos que possuem rendimentos superiores a 5 salários mínimos elegeram esta possibilidade como principal.
O Banco Mundial avaliou o país em 2017 e apontou que naquele ano, 55 milhões de pessoas no Brasil viviam na linha da pobreza, cerca de 26% da população total. O critério para essa afirmação é a renda familiar de até R$ 400 por pessoa. Mas, o brasileiro tem percepção diferente, e acredita que grande parte desse contingente vive de forma miserável: dois em cada três entrevistados acreditam que a régua da pobreza fica mais acima, e o critério deveria ser a partir dos R$ 701 mensais por pessoa.
Dentre as medidas mais efetivas para reduzir a desigualdade no país, os entrevistados acreditam que lutar contra os desvios de recursos públicos, em todos os aspectos, é a principal. Dentre 10 medidas sugeridas pela ONG Oxfam Brasil, o combate à corrupção recebeu nota 9,7, seguido por investimento em saúde (9,6) e em educação (9,6).