A localização da Arca de Noé é um mistério. A Bíblia diz, em Gênesis, que a embarcação encalhou no cume do Monte Ararate no 150º dia do dilúvio, indicando que a chuva havia cessado completamente e que a água começava a baixar.
No entanto, pesquisadores nunca encontraram evidências da Arca na região. Agora, uma nova expedição formada por pesquisadores norte-americanos e turcos estão trabalhando em uma nova empreitada, que pretende levar em consideração as transformações geológicas ocorridas ao longo dos milhares de anos que se passaram desde o evento narrado na Bíblia.
“A Arca de Noé e o Dilúvio não são um mito, mas um evento real, mencionado em diferentes livros sagrados”, disse o professor Oktay Belli, arqueólogo da Universidade de Istambul e membro do Instituto Turco de História Antiga.
Para Belli, é preciso considerar que há a influência do vulcão localizado na região montanhosa: “Várias equipes já procuraram pela arca. A maioria deles se concentraram no Monte Ararate, no nordeste da Turquia, onde sabe-se que existe uma estrutura de madeira enterrada sob toneladas de sedimentos”, comentou Andrew Snelling, um geólogo cristão.
“O dilúvio foi uma catástrofe global que remodelou totalmente a geologia da Terra, e a superfície do planeta continuou mudando desde então. Talvez a geologia da região moderna do Ararate não permita que achemos os restos da Arca de Noé naquela montanha”, acrescentou Snelling.
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A liderança da nova expedição está a cargo do professor Raul Esperante, que trabalha para o Instituto de Pesquisas de Geociência, mantido pela Igreja Adventista dos Estados Unidos.
Recentemente, durante o Simpósio Internacional sobre o Monte Ararate e a Arca de Noé, realizado na cidade de Agri, ele revelou que possui maiores indícios da presença da embarcação na região.
De acordo com informações do portal britânico Express, participavam do simpósio 108 cientistas de diversas partes do mundo.
Esperante ressaltou que seu propósito com a expedição é “visitar os arredores da montanha para encontrar pistas sobre eventos catastróficos no passado”, acrescentando: “Temos recursos técnicos e podemos trabalhar em conjunto com especialistas locais”.
Raul Esperante, que é PhD em paleontologia, fez questão de demonstrar a seriedade de seu projeto: “É necessário um trabalho científico rigoroso e sério sobre esse tema”, afirmou.
“O resultado das minhas descobertas em breve será publicado em livros e revistas científicas, mas ainda é muito cedo para darmos uma palavra final. Quando a comunidade científica reconhecer a existência da Arca de Noé no Monte Ararate, podemos disponibilizar tudo que encontramos para o público”, acrescentou.
Seguindo a mesma linha abordada por Snelling, Esperante destacou que a atividade vulcânica na região, ao longo dos anos, é um fator que deve ser levado em conta: “O monte Ararate é, portanto, um vulcão pós diluviano, que continuou a entrar em erupção, sendo a última vez há menos de 200 anos. Como geólogo bíblico, não espero encontrar a Arca de Noé no alto do Monte Ararate, mas há outras evidências no seu entorno”, concluiu.