Uma das ferramentas mais usadas em tempos de pandemia, a transmissão dos cultos online foi alvo de uma pesquisa que constatou que quase metade dos frequentadores deixaram de acompanhar os cultos desde que as medidas de confinamento foram impostas.
A pesquisa do Barna Group revelou que quase metade dos frequentadores não assistiu aos cultos online nas últimas quatro semanas e, entre os que assistiram, apenas 40% dizem ter assistido a cultos de sua igreja local.
Os dados do levantamento foram publicados em um artigo do advogado e pastor Carey Nieuwhof, fundador da Connexus Church em Ontario, Canadá. Ela destacou que 48% dos frequentadores da igreja relataram que não haviam assistido a nenhuma transmissão de suas igrejas nas últimas quatro semanas.
Menos da metade dos 52% restantes que assistiram cultos online disseram que acompanharam as transmissões de suas próprias congregações. E enquanto alguns líderes pedem que as igrejas reabram seus templos para reiniciar os cultos presenciais, o artigo da pastora pontua que os dados da pesquisa indicam que nem todo mundo planeja voltar aos bancos.
“Por mais tentador que seja reabrir as portas e acreditar que todos estarão de volta, os dados (agora) mostram que provavelmente não é esse o caso. Para começar, o distanciamento social torna impossível salas completas e, até que seja seguro realizar reuniões de massa, não é prudente. Os templos lotados estão a meses de distância, se não mais”, ponderou.
De acordo com o portal The Christian Post, ele usou também dados recentes de pesquisas da plataforma Gloo, coletados junto a milhares de líderes de igrejas, mostrando que há pouco consenso sobre quando será “seguro” reunir-se novamente em público.
Apenas 21,5% dos pastores disseram que um cenário com baixo nível de casos de coronavírus na sua comunidade seria o indicativo adotado para considerar um bom momento para reabrir os cultos novamente.
Cerca de 17% disseram que retomarão os cultos apenas quando as diretrizes para distanciamento social e confinamento forem canceladas, enquanto 14% disseram quando as empresas locais estiverem abertas.
Outros 8% observaram que a abertura de assentos em restaurantes locais seria um bom sinal para retomar os cultos presenciais. Outros pastores adotam um pouco mais de cautela e disseram que primeiro queriam ver testes amplamente disponíveis, a reabertura de escolas ou uma vacina antes de eles retomarem os cultos presenciais.
Cerca de 15% exigiram que todas essas condições fossem cumpridas, enquanto 10% disseram que não tinham certeza de quando reabririam.
“Prepare-se para a decepção emocional de um retorno escalonado e menor que o ideal. Sei como é esperar ter uma casa cheia em condições normais e ver lugares vazios”, escreveu o pastor, alertando aos líderes das igreja.
“Essa pode ser a realidade ainda por um tempo. Meu palpite é que muitos líderes estão lutando com a ausência do ‘normal’ mais profundamente do que imaginam. Obtenha aconselhamento, conversem com um amigo, orem e preparem-se para um período de interrupção mais longo do que desejam. É o que a liderança exige às vezes”, finalizou.