Ao longo de 2023 as notícias sobre o uso de Inteligência Artificial para criar textos e produzir sermões foram tema de debate no meio evangélico, e agora um novo estudo indica que a maioria dos cristãos acredita que esse tipo de ferramenta não faz bem para as igrejas.
A empresa de pesquisa Barna, especializada em temas ligados ao cristianismo, ouviu 1.500 adultos para colher as impressões sobre o efeito prático do uso da inteligência artificial (IA), uma ferramenta que otimiza as capacidades de programas de computador para imitar a capacidade humana para solucionar problemas e tomar decisões.
A pesquisa realizada entre julho a agosto descobriu que a maioria dos cristãos discorda da ideia de que “a IA é boa para a Igreja cristã”. Cerca de 30% dos entrevistados disseram discordar totalmente dessa afirmação, enquanto outros 21% disseram discordar parcialmente. Para 27% dos entrevistados, o assunto ainda é algo sobre o qual não têm opinião.
Somente 6% dos cristãos disseram que concordam fortemente com a afirmação, enquanto 16% disseram que concordam até certo ponto, de acordo com informações do portal The Christian Post.
Em geral, a maioria dos entrevistados disse que ainda estava se familiarizando com a IA, e apenas 10% disse que usavam IA com frequência para trabalho ou negócios pessoais.
Cerca de 29% dos entrevistados afirmaram que “não confiam” na inteligência artificial, enquanto 35% admitiram ter “curiosidade sobre isso”. Por outro lado, 21% se disseram empolgados com a ferramenta.
Entre os líderes de ministérios, 54%, disseram que estavam extremamente preocupados com questões éticas ou morais relacionadas com a utilização da IA na Igreja e com o avanço da tecnologia no mundo.
“Os dados revelam que os líderes da Igreja estão bastante divididos nas suas opiniões sobre o papel da IA na Igreja e como estão a ler o terreno”, disse Savannah Kimberlin, vice-presidente associada do Barna Group.
“Quarenta e três por cento dos entrevistados admitiram sentir-se desconfortáveis ou ansiosos com o uso da IA nas igrejas, e um em cada quatro chegou ao ponto de dizer que a Igreja deveria resistir ou condenar o uso da IA”, acrescentou ela.
Culto dirigido por IA
Enquanto isso, o líder de uma igreja inclusiva usou a ferramenta de inteligência artificial Chat GPT para programar um culto e um sermão, mas se arrependeu, afirmando que o resultado obtido foi insensível:
“Resumindo, foi chato. É um programa que criamos e está fazendo o que o programamos para fazer, portanto, de muitas maneiras, o que isso gera é um reflexo de quem somos, o que significa que muitas vezes é errado, equivocado, preconceituoso e quebrado”, afirmou Jay Cooper, da Violet Crown City Church.