A ciência está às portas de comprovar mais um trecho de história da Bíblia Sagrada. A passagem do livro de Josué, 10:12-14, está sendo olhada com bastante atenção pelos pesquisadores da Universidade de Cambridge, na Inglaterra.
Foi descoberta uma nova evidência científica que pode comprovar a narrativa que o livro do Antigo Testamento traz. Assim, a Bíblia seria o registro do mais antigo eclipse do qual se tem notícia.
De acordo com informações do site da revista Exame, uma nova teoria sobre os eclipses e as variações do movimento de rotação da Terra foi usada no estudo, e possibilitou a constatação de que o eclipse descrito na Bíblia pode ter sido anular, caracterizado por um anel de fogo em torno da sombra da Lua.
Agora, as implicações dessa descoberta são imensas. Caso o novo método seja validado pela comunidade científica, toda a cronologia estabelecida do chamado “mundo antigo” pode ser alterada, pois a descoberta oferece possibilidade de determinar com maior precisão eventos catalogados de forma não tão precisa.
Já é possível, através da nova metodologia, apontar com maior assertividade o período do faraó Merneptá na dinastia egípcia, assim como o de seu antecessor imediato, Ramsés, o Grande. De acordo com os cientistas, o eclipse narrado em Josué pode ter acontecido na tarde do dia 30 de outubro de 1207 antes de Cristo (a.C.).
Nesse novo cálculo, o reinado de Merneptá teria começado entre 1210 ou 1209 a.C., o que determina que a época de Ramsés teria sido entre 1276 e 1210 AC, “com precisão de mais ou menos um ano”, segundo os pesquisadores.
“Então Josué falou ao Senhor, no dia em que o Senhor entregou os amorreus na mão dos filhos de Israel, e disse na presença de Israel: Sol, detém-se sobre Gibeão, e tu, Lua, sobre o Vale de Aijalom. E o Sol se deteve, e a Lua parou, até que o povo se vingou de seus inimigos. Não está isto escrito no livro de Jasar? O sol, pois, se deteve no meio do céu, e não se apressou a pôr-se, quase um dia inteiro”, diz a passagem de Josué 10:12-14.
Corrobora com a narrativa bíblica o fato de que a ciência considera que esse seria o único eclipse anular visível em Canaã no período entre 1500 e 1050 a.C. Agora, os pesquisadores se aprofundam no caso para obterem maiores descobertas e, assim, oferecer maior precisão a outros relatos históricos.