A reportagem, produzida ao longo de dois meses de consultas na Junta Comercial, revelou que a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) é proprietária de 23 emissoras de tevê e 40 estações de rádio, além de manter 19 empresas registradas em nome de fiéis.
Publicada no dia 15 de dezembro de 2007, a reportagem de Elvira gerou a indignação de fiéis da IURD, que impetraram 105 petições na justiça contra a jornalista, numa orquestração deliberada, segundo indícios, pela cúpula da igreja. As petições deram entrada em diferentes cidades e a terminologia e argumentos que os moviam eram coincidentes.
Em declaração ao portal Imprensa, Elvira disse ter ficado surpresa com o modo como a sua reportagem foi interpretada pela igreja e fiéis, principalmente pelo fato de não se tratar de material opinativo. Ela agradeceu o apoio recebido pelos colegas de profissão, que “formaram uma fileira em defesa da reportagem e da imprensa”, inibindo a ação da Universal.
“Emocionalmente, essa série de processos me causou um impacto muito grande, porque eu temi que me jogassem contra fiéis da Igreja Universal”, desabafou a jornalista premiada, que chegou a receber 13 intimidações judiciais em apenas uma semana.
Do total de 105 processos movidos contra Elvira, 58 já foram arquivados ou vencidos pela jornalista. A repórter espera que o prêmio “ajude a desatar esse nó judicial”.
Além do Prêmio Esso de Jornalismo, a cerimônia de premiação também contemplou outros 13 profissionais dos segmentos de telejornalismo, mídia impressa e fotografia.
Fonte: ALC