Um bebê que poderia ter um destino de vida trágico teve seu futuro mudado de maneira radical com a decisão de um policial cristão em adotá-lo. A mãe, viciada em heroína e sem-teto, não fez objeções à proposta ousada feita a ela.
A história do bebê Hope, uma menina, começou quando o policial Ryan Holets, casado com Rebecca e pai de quatro filhos, estava investigando um caso de roubo de uma loja de conveniências em Albuquerque, Novo México (EUA).
Ryan abordou um casal que vive nas proximidades de uma rodovia local e percebeu que a mulher, grávida, estava prestes a injetar heroína em si mesma. No mesmo momento, ele ligou a câmera de seu celular e confrontou a gestante, alertando-a sobre os riscos do uso de drogas durante a gravidez.
“Você vai matar seu bebê”, disse o policial a Crystal Champ, a mãe, que àquela altura estava “grávida de sete ou oito meses”. Em depoimento à CNN, o policial explicou o que o motivou a propor a adoção à dependente química: “Eu apenas senti Deus me dizendo: ‘Diga a ela que você fará isso porque você consegue'”.
Então, Ryan Holets fez a proposta de adotar o bebê assim que ela desse à luz, e a mulher aceitou, dizendo que convive com o vício em heroína a maior parte de sua vida e que não poderia dar uma vida decente à criança. “Eu sei o quão ruim é minha situação. Eu sei que sou uma pessoa horrível”, disse ela à emissora de TV.
A dependente química afirmou ainda que, antes de receber a proposta do policial, “queria desesperadamente que alguém adotasse seu bebê”.
“Estava tão cansado de ver tantas situações que eu queria ajudar, mas não podia. Mas naquele momento percebi que tinha a chance de ajudar”, afirmou Ryan, que recebeu apoio da esposa, já que eles cogitavam uma adoção.
Três semanas após o acordo entre a mãe e a família do policial, Hope (que significa esperança em inglês) nasceu. Como ao longo da gravidez Crystal fez uso de drogas, a menina nasceu com síndrome de abstinência neonatal, que representa um grupo de problemas de saúde decorrentes da exposição às químicas ingeridas.
Hope ficou em observação no hospital, e os pais adotivos pretendem contar a ela, no momento certo, as circunstâncias de sua adoção: “Eu só quero que ela esteja segura em uma família, que seja amada e tenha uma chance”, disse Crystal, que se despediu da filha logo após o parto.
“Ela se virou para mim e disse: ‘Cuide dela por mim’. E eu disse: ‘Eu cuido bem dela e você cuida bem de você mesmo’. Foi super emocionante”, afirmou Rebecca, a mãe adotiva. “Sou tão agradecido e abençoado pela oportunidade de ter Hope em nossa família”, concluiu Ryan.