A promessa de reconhecer Jerusalém como capital de Israel foi cumprida pelo presidente dos Estados Unidos na última quarta-feira, 06 de dezembro, em um anúncio formal na Casa Branca. Em resposta, grupos palestinos anunciaram que protestos, chamados de “três dias de fúria”, serão feitos.
“Chegou a hora de reconhecer formalmente Jerusalém como capital de Israel”, disse Donald Trump, em um breve discurso, que destacou que a medida era, no fundo, uma admissão da realidade e um gesto de respeito: “Israel é um país soberano que tem o direito de escolher sua capital”, acrescentou.
A mudança da embaixada dos Estados Unidos em Israel de Tel-Aviv para Jerusalém não deve ocorrer imediatamente. O prédio que abrigará diplomatas, embaixador e outros funcionários do governo norte-americano ainda será construído.
Em outro trecho de seu discurso, Trump afirmou que os Estados Unidos, ao reconhecer a cidade como capital de Israel, não estava “determinando o status final da soberania israelense sobre Jerusalém”, e que por isso as negociações de paz continuavam, segundo informações do Jornal Nacional.
“Nas últimas sete décadas, os israelenses construíram um país onde judeus, muçulmanos e cristãos são livres para professar sua fé”, contextualizou, reforçando o discurso de que a violência na região parte dos árabes, em especial, palestinos, o que obriga a uma resposta do governo israelense.
Convite
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, aproveitou o anúncio de Trump para convidar outras nações a tomarem a mesma iniciativa.
Em um discurso na televisão, Netanyahu garantiu que não haverá “nenhuma mudança no status dos lugares sagrados”, mantendo no status atual a situação da mesquita Al-Aqsa, construída no terreno onde Salomão, milênios atrás, ergueu o primeiro Templo em Jerusalém.
De acordo com informações do jornal The Times of Israel, outras nações já abriram negociações para mudar suas embaixadas para Jerusalém. O primeiro movimento foi feito pela República Tcheca, que anunciou, horas após o discurso de Trump, que também reconhece a cidade como capital israelense e que mudará sua embaixada assim que os preparativos estiverem prontos.
Em seguida, o presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, enviou mensagem ao governo israelense comunicando que deseja seguir o exemplo dos Estados Unidos e República Tcheca.
Palestinos
O grupo terrorista palestino Hamas anunciou que irá promover “três dias de fúria” em protesto contra a decisão dos Estados Unidos. Ismail Haniyeh, líder dos extremistas palestinos, afirmou que a postura de Trump “ultrapassa linhas vermelhas”, e que sua iniciativa estava “inflamando a centelha de raiva contra a ocupação”.
A reação do consulado dos Estados Unidos foi determinar uma proibição aos cidadãos americanos de viajarem para certas áreas de Israel e algumas partes de países vizinhos.
“Com pedidos generalizados de manifestações a partir do dia 6 de dezembro em Jerusalém e na Cisjordânia, os funcionários do governo dos EUA e seus familiares não estão autorizados a realizar viagens pessoais na Cidade Velha de Jerusalém e na Cisjordânia, incluindo Belém e Jericó, até segunda ordem”, comunicou o consulado.