Wesley Safadão concedeu uma entrevista falando sobre a conciliação de sua fé, desde que se converteu ao Evangelho, e seu trabalho como artista secular, no forró, e garantiu que, por enquanto, não vai abandonar a carreira profissional que construiu ao longo da última década e meia.
Para o cantor cearense, sua experiência de fé em Deus o transformou de dentro pra fora: “Sou cristão. Poderia ser até mais. Sempre busco estar próximo de Deus. Mudou muito a minha vida, o meu modo de pensar, de agir. Hoje, consigo fazer tudo o que gosto. Antes, não tinha tempo para nada”, disse.
Na entrevista ao jornal O Globo, Wesley Safadão falou um pouco mais sobre como concilia o forró, repleto de letras sensuais, com a fé cristã: “Assim que eu fiz o meu batismo, em 2017, muita gente falou que ia parar de fazer isso e aquilo. Não vou parar de fazer meu trabalho, minha música. Posso falar de Deus para muitas pessoas que não vão na igreja. O meio em que a gente vive é muito louco. Era católico, mas não praticante. Começamos a participar de alguns encontros [evangélicos] e comecei a entender a religião. Foi uma construção e uma decisão acertada”.
A consciência de que seu trabalho impacta as pessoas também foi ampliada, e o artista explicou como percebeu isso a partir de um diálogo com a filha: “Faço meu show de acordo com cada lugar em que estou, mas não mudo a minha essência. Hoje, tenho mais cuidado, porque também tem um público infantil. Eu gravei uma música com a Marília Mendonça, Ninguém é de Ferro, que diz assim: ‘Se eu ligar, dá merda’. Mudamos para: ‘E se eu ligar, já era’. Tenho três filhos pequenos, e um deles, justamente a menina, me perguntou: ‘Mas, papai, você está falando nome feio?’. Então, tem que ter muito cuidado”.
Por fim, o artista destacou que “o sucesso tem o ônus e o bônus”, e que ao longo dos anos aprendeu a reter o que é bom, e descartar o que não o enriquece: “A cada dia que passa a gente aprende. Por exemplo, a cada comentário bestinha [nas redes sociais], eu ia lá e queria responder. Agora, procuro não olhar. O que a internet pode me dar de positivo? Aqui, posso divulgar as minhas músicas, posso falar com o meu fã, ter um termômetro dos shows. O resto, procuro deixar de lado, porque coisa ruim sempre vai ter. Temos de entender que somos muito maiores do que tudo isso. Nós chegamos aqui trabalhando muito, com a proteção de Deus, com uma equipe e família apoiando”.