O presidente da rede Hospital Albert Einstein, o médico oftalmologista Claudio Lottenberg, 51 anos defendeu recentemente em uma entrevista a ideia de que a fé dos pacientes deve ser levada em conta em seu tratamento, superando o divórcio entre a ciência e a espiritualidade.
Durante a entrevista, concedida ao iG Saúde, o médico falou dessa e de outras de suas ideias, consideradas polêmicas. Lottenberg também é responsável pela administração do M’Boi Mirim, hospital público da periferia da zona sul paulistana e 14 Unidades Básicas de Saúdes, e é professor Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e do MBA em Saúde do IBMEC.
Lottenberg defende que se deve colocar no mesmo pacote de atendimento o Sistema Único de Saúde (SUS) e a rede privada. O médico afirma também que se deve superar, de vez, o divórcio entre ciência e espiritualidade e fazer da fé dos pacientes um procedimento padrão e essencial da medicina.
– Se não for uma questão humanista, que seja por uma razão econômica. Já existem pesquisas que mostram que os pacientes terminais com câncer que exercem a espiritualidade, por exemplo, dão menos custos aos hospitais do que os com o mesmo perfil que não têm fé – justifica o médico.
– As pessoas usam a religião para compreender a fé, porque é um mecanismo mais fácil de entendimento. Mas a fé não precisa ser atrelada à religião. Na saúde, até os ateus podem ter os benefícios do que as pessoas chamam de fé – completa Lottenberg, que afirma ainda que é científico que as pessoas que exercem a fé apresentam melhoras de saúde mais rápida.
O presidente do Hospital Albert Einstein falou ainda de seu trabalho em defender os benefícios da espiritualidade nos tratamentos clínicos. Ele afirma que os médicos devem perguntar a seus pacientes se a fé é um fator importante em seu tratamento e agir de acordo com isso. Procedimento que ele afirma já ser padrão o Einstein.
De acordo com Lottenberg ele já discutiu sobre seu posicionamento com o ministro da saúde, Alexandre Padilha, e com importantes líderes religiosos, como o papa Bento XVI e o Dalai Lama.
Fonte: Gospel+